Visita de Ernesto Ottone ao Museu da Língua Portuguesa

Como parte de sua agenda oficial no Brasil, o Diretor-Geral Adjunto de Cultura da UNESCO, o chileno Ernesto Ottone, visitou o Museu da Língua Portuguesa na manhã desta segunda-feira (18).

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O convite foi feito pela instituição e pelo Instituto Cultural Vale, articulador e patrocinador da próxima exposição temporária do Museu. “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” entra em cartaz em setembro e será inteiramente dedicada às línguas indígenas brasileiras. A mostra será o marco inaugural da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para todo o mundo.

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Ottone comentou sobre a expectativa de conhecer o Museu após sua reconstrução. “A Língua Portuguesa tem algo extraordinário que é a presença em vários continentes, funcionando como um veículo de transmissão. A UNESCO pode ser a ponte para compartilhar experiências como a do Museu com o resto do mundo”, declarou.

Ele conheceu em primeira mão os detalhes da exposição, que teve seus destaques apresentados pela curadora indígena Daiara Tukano. Também fazem parte da equipe da mostra a curadora especial para línguas indígenas do Museu, Luciana Storto, e a coordenadora do comitê curatorial Isa Grinspum Ferraz. Em seguida, Ottone fez uma visita à exposição principal.

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O Diretor de Reparação e Desenvolvimento Territorial da Vale, Marcelo Klein, reforçou a importância da valorização e da preservação de memórias, e das parcerias com a iniciativa privada para o fortalecimento da cultura. “O Instituto Cultural Vale foi criado em 2020, fortalecendo uma atuação de mais de duas décadas da Vale no setor, com foco na promoção da cultura e no desenvolvimento territorial. Estamos presentes em 24 estados e no Distrito Federal apoiando mais de 300 projetos e com quatro espaços culturais próprios. A realização da exposição sobre línguas indígenas no Museu da Língua Portuguesa reforça nosso compromisso com a preservação de memórias indígenas, com a valorização do patrimônio imaterial e com a cultura”.

“Os povos indígenas têm uma relação diferente com o mundo, e com a língua. Para nós, palavra é espírito”, explicou Daiara Tukano durante a apresentação da exposição. “Há mais de 150 línguas indígenas faladas no Brasil, e quase ninguém sabe disso. O Museu da Língua Portuguesa se pretende democrático, precisa tratar dessas questões e aprofundar nas exposições temporárias o que trazemos na exposição de longa duração”, completou Isa Ferraz.

“A língua é a cultura viva de um povo, e temos especial apreço pelas línguas indígenas, que estão em sua maioria ameaçadas”, comentou a Diretora e Representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto. “É uma grande alegria para nós saber da exposição sobre línguas indígenas no Museu da Língua Portuguesa, durante a Década Internacional das Línguas Indígenas promovida pela UNESCO”, afirmou.

Desde sua abertura em 2006, o Museu da Língua Portuguesa recebeu mais de 4 milhões de visitantes. “Depois da reabertura, que em breve completa um ano, retomamos o recorte patrimonial da valorização da língua portuguesa, com base em acervos digitais, com ampliação do conteúdo. Hoje trabalhamos também na perspectiva da internacionalização, em especial na relação com outros países de língua portuguesa, e do relacionamento com o nosso território, com ações práticas para apoiar a população que compartilha o mesmo bairro que nós”, concluiu a Diretora Executiva do IDBrasil, organização social responsável pela gestão do Museu, Renata Motta.

 


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Museu da Língua Portuguesa recebe Diretor-Geral Adjunto de Cultura da UNESCO