Se antes Rafinha vivia no silêncio, hoje ouve um mundo de sons que dão o tom para a sua nova paixão: o Carnaval. A menina que queria rodar a baiana conta a história de uma garota determinada a se tornar componente de ala, idealizada pelo professor, doutor em Letras e enredista Tiago Freitas, e ilustrada pela especialista em artes de matriz africana, Orádia Porciúncula.
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Dedicada às crianças e aos pais, a obra esquadrinha as raízes das escolas de samba e explica que eram lugares onde os africanos escravizados formavam a resistência. Segundo o autor, nesses pontos de encontro, as dores eram transformadas em amor.
No livro com ilustrações afro, publicação da Cortez Editora, Freitas apresenta Rafinha, menina negra que despertou para os sons da bateria de uma escola de samba. Encantada com o ritmo, ela questiona a avó sobre esse universo até conseguir uma visita à quadra da Unidos da Saudade. É nesse ambiente mágico e colorido que o autor convida o leitor a fazer parte de um dos maiores patrimônios brasileiros, o Carnaval.
Entre ensinamentos sobre o samba enredo, passistas, velha guarda, comissão de frente, alegorias, harmonia, e muitos outros elementos que compõem a beleza carnavalesca, a garota começa a relacionar a escola tradicional com a escola de samba.
Ao explorar o pavilhão, Rafinha se encanta com as baianas e escolhe desfilar nessa ala, considerada uma das mais importantes das agremiações. A partir de uma imersão nos valores que definem as condutas entre as mães do Carnaval, a protagonista entende a importância do respeito pelos mais velhos, considerados os guardiões de toda a sabedoria do samba.
Diz a lenda que, quando uma baiana gira, a poeira que levanta é de muito afeto, carinho e saudação às senhoras negras de luz que abriram os caminhos do Samba em um passado distante. (A menina que queria rodar a baiana, p.18).
A jornada proposta por Tiago Freitas conduz a personagem na descoberta da própria ancestralidade, preservada em cada canto da quadra de ensaios. Rafinha, então, percebe que aquele espaço cultiva uma parcela da sociedade obstinada a lutar pela democracia, diversidade e humanidade.
A menina que queria rodar a baiana é inspirada na história de Bah e de sua neta Laura, ambas baianas da Império de Casa Verde. Muito mais que uma história infantil, a obra incentiva o apreço pela cultura negra e brasileira, e mostra o toque do tambor como a força ancestral que mantém a negritude forte e viva!
Sobre o autor: Tiago Freitas é doutorado em Letras e professor na Educação Básica da rede municipal de ensino de Guarulhos (SP). Além de pesquisador sobre o Carnaval e sambista, atuou como enredista (pesquisador de enredo) em São Paulo, na Escola de Samba Império de Casa Verde, e no Rio de Janeiro, nas Escolas de Samba Unidos de Bangu, Unidos da Ponte e Unidos de Lucas. Acredita que o mundo é um grande tambor pra gente batucar até sorrir!
Redes sociais: Instagram: @tiagojfreitasb
Sobre a ilustradora: Orádia Porciúncula é carioca, ilustradora e foca sua arte nas culturas e nas religiões de matriz africana, indígena e em brasilidades. Tem trabalhos publicados em livros, artigos e eventos de matriz africana, principalmente em Escolas de Samba do eixo Rio-São Paulo.
Redes Sociais: Instagram: @oradia_ncp | Deviant Art: Orádia Porciúncula
Sobre a editora: Foi a solidez do trabalho feito que estimulou a Cortez Editora a expandir e mostrar ao mundo toda a riqueza da cultura brasileira e a densidade ímpar de seus autores. Seu catálogo é referência nas áreas de Educação, Serviço Social, Ciências da Linguagem, Ciências Sociais, Ciências Ambientais e Psicologia.
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