A pesquisa do projeto ORDENHA002 utiliza-se da elaboração de uma dieta hormonal específica voltada ao incentivo de lactação para mulheres trans, além de observar os desdobramentos estéticos e simbólicos dessas operações. O trabalho é registrado em uma videoperformance, desenvolvida pela artista Nídia Aranha, que será exibida na Galeria Lume apenas durante este sábado, 27 de agosto. Além da presença da artista na galeria, que estará disponível durante o dia para conversar com o público, a foto acima estará à venda.
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“A verdade é que não há nada de pioneiro no meu trabalho. Ele evoca um emular de práticas laboratoriais dissidentes engendradas por travestis em uma terapia hormonal totalmente empírica, autoinduzida em processos clandestinos de aplicação de silicone industrial nos anos 70 e 80 [processo conhecido como ‘bombação’]”, explica Nídia Aranha.
A artista propõe a inserção de seu corpo, um corpo travesti, dentro do mesmo circuito de ordenhadeira mecânica usado na bovinocultura. A intenção é romper com os padrões de gênero, desobedecendo os protocolos hegemônicos médico-substanciais e usando práticas de “bio hackeamento” que Nídia chama de “puberdade sintética”. “Empiricamente comecei a entender a desregulação de minhas taxas hormonais devido a cirurgia de prótese mamária, o que provocou a abertura dos ductos lactíferos e a produção, ainda que escassa, de leite.”, conclui ela.
Serviço
Galeria Lume
Rua Gumercindo Saraiva, 54 – Jardim Europa, São Paulo.
Sábado, 27 de agosto, das 11h às 15h
Entrada gratuita.