Veja detalhes da exposição (Foto: Divulgação)

A escolha do nome de Marília Kranz surgiu através de uma pesquisa de Conrado Mesquita, um dos sócios da galeria, que estabeleceu contato com as filhas da artista. Então responsáveis pelo espólio da artista, ficaram muito entusiasmadas com esse projeto de resgate de sua obra no contexto atual da arte no Brasil e com a expansão do seu alcance para além do mercado do Rio de Janeiro, onde a artista sempre foi apreciada.

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Pioneira na luta pelo feminismo, Marília Kranz dedicou-se, nos primeiros anos de sua carreira, ao desenho e ao estudo da pintura. Em dado momento, começou a explorar o campo da abstração geométrica, produzindo em relevos como gesso, papelão e madeira, e que integraram a sua primeira exposição individual, em 1968, na Galeria Oca, no Rio de Janeiro. Em 1969, ao retornar de viagens que fez à Europa e aos Estados Unidos, passou a produzir os relevos a partir da técnica de moldagem a vácuo (vacuum forming), usando plástico, fibra de vidro, resina e esmaltes industriais; além de esculturas em acrílico cortado e polido, chamadas de Contraformas.

Na exposição, será possível acompanhar a passagem, dentro do percurso da artista, de uma geometria abstrata e formalista dos relevos do fim da década de 1960 para a pintura de paisagem – figurativa, mas com intrusões da geometria – que começa a desenvolver em meados da década de 1970 e que explora até o fim de sua produção.

Marilia passa de uma estética de certa forma “fria, formalista ou racional” para algo mais “quente, fluido, afetivo”, inspirada também por sua paixão pela paisagem do Rio de Janeiro e pela pauta da liberação sexual feminina. Nessa transição entra o erotismo das flores, por exemplo, que a conecta com a pintura de Georgia O’Keeffe, e as cores e paisagens que a aproximam tanto da Tarsila de Amaral Pau-Brasil/Antropofágica quanto das paisagens vazias e solenes dos metafísicos que influenciariam o surrealismo, como Di Chirico.

Marília Kranz foi selecionada pela Galatea como a primeira mulher de muitas que estão nos planos de representação da galeria. Tornou-se conhecida por sua ativa defesa em prol da libertação sexual e da liberdade política durante a ditadura militar no Brasil (1964 a 1985), além da luta pelas causas ambientais, atuando como uma das fundadoras do Partido Verde em 1986. Expôs em galerias e instituições nacionais e internacionais, recebendo prêmios em razão de suas pinturas e esculturas. Em 2007, foi homenageada na grande exposição retrospectiva “Marília Kranz: relevos e esculturas”, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio).

 


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