A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos no Senado Federal decidiu, nesta quarta-feira (8), que o artista Wagner Schwartz, responsável por uma polêmica performance artística no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), seja conduzido coercitivamente, ou seja, pela polícia, a depor em audiência.
A medida vale também para o curador da exposição Queermuseu, Gaudêncio Fidélis. Ambos não responderam a convites para audiências da comissão em São Paulo e, agora, terão presença imposta por força policial.
Segundo a Agência Senado, o objetivo da CPI é investigar possíveis maus-tratos contra crianças e adolescentes no país. A mulher que teria autorizado a filha a tocar nos pés do artista na performance do MAM, que estava nu, compareceu a uma reunião reservada da comissão, mas não se manifestou.
“A minha indagação era se ela não tinha conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente”, alegou o presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES).
A performance de Schwartz aconteceu no dia 26 de setembro deste ano, na abertura do 35º Panorama de Arte Brasileira, e foi batizada de La bête, sendo uma releitura da obra Bicho, da pintora e escritora Lygia Clark.
A apresentação foi gravada em vídeo por uma espectadora e, instantaneamente, divulgada nas redes sociais, provocando uma enxurrada de críticas por parte de grupos conservadores espalhados pelo Brasil e até uma manifestação na porta do MAM, que acabou em confusão e agressões.
No outro lado, diversos famosos da classe artística defenderam a obra como parte da liberdade de expressão, alegando que a nudez do artista não tinha cunho sexual nem qualquer relação com crimes de abuso de menor ou distúrbios como a pedofilia.
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