Coro da Osesp e grupos de câmara se apresentam na Estação CCR das Artes (Foto: Mario Daloia)

Nesta semana, no domingo (06/abr), a recém-inaugurada Estação CCR das Artes será palco para dois concertos: às 11h, o Coro da Osesp apresenta seu segundo recital da Temporada 2025 com o novo Regente Titular, o britânico Thomas Blunt. O programa será dedicado a dois germânicos: um autor da música antiga, Heinrich Schütz, com a obra Selig sind die Toten [Bem-aventurados os mortos], e a Johannes Brahms, de quem ouviremos o emocionante Um réquiem alemão, uma das mais ambiciosas partituras de todo o Romantismo.

PUBLICIDADE

CLIQUE E SIGA NOSSAS REDES SOCIAIS
Instagram – Famosos, Música, Vídeos Engraçados, Life Style e muito mais!
TikTok – Os melhores vídeos do mundo do Entretê de um jeito que você nunca viu!
Facebook – Todas as notícias do Virgula em apenas um clique, em um só lugar!

Mais tarde no mesmo dia, às 18h, a Estação CCR das Artes será palco do primeiro recital de música de câmara desta Temporada. Formado por instrumentistas da Osesp, o Septeto 1913 vai interpretar o célebre Prelúdio da ópera Tristão e Isolda, de Richard Wagner, e Metamorphosen, de Richard Strauss, ambos em versões para septeto de cordas. Para vozes e piano a quatro mãos, as valsas Liebeslieder, de Johannes Brahms, serão executadas por integrantes do nosso Coro.

PUBLICIDADE

Apesar de as duas obras do programa apresentado pelo Coro serem intrinsecamente diferentes em ambição e estilo, sua justaposição é bem coerente. Johannes Brahms [1833-1897] era um dedicado estudioso da música do passado. Tinha admiração particular pelos grandes mestres germânicos que o antecederam, entre os quais Heinrich Schütz [1585-1672] ocupava lugar de honra. Seu Réquiem alemão pode ser visto como uma reconexão consciente com essa tradição da música sacra alemã, atualizando-a com sua própria linguagem romântica.

📍LEIA MAIS DO VIRGULA

A lenda medieval que narra o amor impossível entre Tristão e Isolda adquire contornos filosóficos e românticos na ópera de Richard Wagner [1813-1883]. Composta na década de 1850, a obra reflete a conturbada vida amorosa do compositor e é intensificada pela leitura de Schopenhauer, que defendia a arte musical não como “cópia da manifestação da vontade, mas cópia direta da própria vontade”. A intensidade erótica dessa “vontade”, que levará Isolda a “morrer de amor” no longo êxtase que encerra a ópera, já está presente em seu famoso “Prelúdio”, uma das peças mais importantes da história da música.

PUBLICIDADE

Metamorphosen [“Metamorfoses”], de Richard Strauss [1864-1949], foi construída em torno de citações da marcha fúnebre da Sinfonia eroica de Beethoven, além de evocar outros motivos de Bach, Mozart, Beethoven e Wagner; como se a longa tradição musical germânica, símbolo da “unidade espiritual” de um povo sempre dividido politicamente, lamentasse seu destino e clamasse pela possibilidade de uma redenção futura. Não por acaso, o título remete também à orgulhosa herança clássica germânica reivindicada por Goethe em seus poemas sobre as metamorfoses poéticas de Lucrécio e Ovídio.

Compostas entre 1868 e 1869, as valsas Liebeslieder (“De canções de amor”) testemunham os primeiros anos do amor de Brahms por Viena, cidade que o acolheu, em 1863, como diretor de seu principal coro. O ciclo é inspirado em obras de dois austríacos ilustres: as valsas populares de Franz Schubert (publicadas postumamente em edição organizada pelo próprio Brahms) e as grandiosas (e por vezes irônicas) valsas aristocráticas de Johann Strauss.

Coro da Osesp
O Coro da Osesp, além de sua versátil atuação sinfônica, enfatiza o registro e a difusão da música dos séculos XX e XXI e de compositores brasileiros. Destacam-se em sua ampla discografia Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010), Aylton Escobar: Obras para coro (Selo Digital Osesp, 2013) e Heitor Villa-Lobos: Choral transcriptions (Naxos, 2019). Apresentou-se em 2006 para o rei da Espanha, Filipe vi, em Oviedo, no 25º Prêmio da Fundação Príncipe de Astúrias. Em 2020, cantou, sob a batuta de Marin Alsop, no Concerto de Abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, feito repetido em 2021, em filme virtual que trazia também Yo-Yo Ma e artistas de sete países. Junto à Osesp, estreou no Carnegie Hall, em Nova York, em 2022, se apresentando na série oficial de assinatura da casa no elogiado Floresta Villa-Lobos. Fundado em 1994 por Aylton Escobar, integra a Osesp desde 2000, completando 30 anos de atividade em 2024. Teve como regentes Naomi Munakata [1995-2015] e Valentina Peleggi [2017-2019]. A partir de fevereiro de 2025, Thomas Blunt assume a posição de regente titular.

Thomas Blunt regente
Thomas Blunt construiu uma carreira versátil e abrangente, com sólida formação em canto e ópera, regendo em teatros e salas de concerto ao redor do mundo. Com um repertório que vai da música renascentista à contemporânea, sua regência se estabelece a partir da ideia de criação de uma dramaturgia por meio da música. Foi o primeiro participante britânico da prestigiosa Allianz International Conductors’ Academy. Mantém estreita relação com o Festival de Glyndebourne (Reino Unido), no qual iniciou sua carreira de regente na música coral. Atuou como regente assistente junto a Vladimir Jorowski, diretor musical da Filarmônica de Londres, resultando em apresentações no Royal Festival Hall, no Queen Elizabeth Hall e na própria Sala São Paulo em diversas ocasiões. Junto a seus compromissos com o Coro da Osesp, do qua passa a ser regente titular a partir de 2025, seus destaques desta temporada incluem apresentações com a Orquestra Nacional da BBC de Wales, o Fifth Door Ensemble, a Sinfônica da Nova Zelândia, além da atuação como assistente de Maurizio Benini na Royal Opera House.


PROGRAMAS

CORO DA OSESP
THOMAS BLUNT
 regente
FERNANDO TOMIMURA E DANIEL GONÇALVES 
piano a quatro mãos
Heinrich SCHÜTZ | Selig sind die Toten [Bem-aventurados os mortos], SWV 391
Johannes BRAHMS | Um réquiem alemão, Op. 45

SEPTETO 1913
AMANDA MARTINS violino
MATTEW THORPE violino
SARAH PIRES viola
ANDRÉ RODRIGUES viola
KIM BAK DINITZEN violoncelo
ADRIANA HOLTZ violoncelo
PEDRO GADELHA contrabaixo
Richard WAGNER | Tristão e Isolda: Prelúdio
Richard STRAUSS | Metamorphosen

FLÁVIA KELE soprano
CRISTIANE MINCZUK mezzo soprano
ANDERSON SOUSA tenor
ERICK SOUZA barítono
ISRAEL MASCARENHAS piano
FERNANDO TOMIMURA piano
Johannes BRAHMS | Liebeslieder Wälzer [Valsas de canções de amor], Op. 52


SERVIÇO

06 de abril, domingo, às 11h [Coro da Osesp] e às 18h [Concerto de Câmara]
Endereço: Praça Júlio Prestes, 16, Luz, São Paulo, SP
Capacidade: 543 lugares [Estação CCR das Artes]
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: R$ 42,00 [Coro da Osesp] e R$ 42,00 a R$ 150,00 [Câmara] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): osesp.byinti.com | salasaopaulo.byinti.com
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.Estacionamento: Rua Mauá, 51 | R$ 39,00 (noturno, sábado e domingo após às 12h30)| 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.
Mais informações nos sites oficiais da Osesp e da Sala São Paulo.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Osesp (@osesp_)


int(1)

Coro da Osesp e grupos de câmara se apresentam na Estação CCR das Artes