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Bloquinhos de MPB se tornam referência de resistência cultural no Carnaval de Rua (Foto: Divulgação)
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Marisa Monte, Alceu Valença, entre muitos outros, são os sons ouvidos pelas multidões nos bloquinhos de rua, preservando a identidade da música nacional.
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O Carnaval de Rua tem se transformado ao longo dos anos, refletindo não apenas a diversidade musical do Brasil, mas também a luta pela preservação de suas raízes culturais. Entre os ritmos predominantes da folia, os bloquinhos de MPB vêm ganhando espaço e se tornando referência de resistência e valorização da música popular brasileira.
Em diversas capitais do país, blocos como Academia da Berlinda (PE), Bloco do Silva (RJ/SP) e Toca Rauuuul (SP), Ritaleena (SP), arrastam multidões embaladas pelos clássicos de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Alceu Valença, Gal Costa e Novos Baianos, além de abrir espaço para artistas da nova geração da MPB. Segundo a cantora Helena Serena, uma das revelações do gênero, esses blocos desempenham um papel fundamental na preservação e reinvenção da música nacional.
“Os bloquinhos de MPB são uma resposta vibrante à hegemonia de outros ritmos que dominam o Carnaval. Eles mostram que a música popular brasileira tem um espaço garantido na festa e que pode se reinventar, dialogando com as novas gerações sem perder sua essência”, comenta Helena.
O fenômeno não se restringe apenas às grandes cidades. Pequenos blocos independentes, organizados por músicos e coletivos culturais, vêm ganhando força e proporcionando um Carnaval alternativo, onde a canção, a poesia e os arranjos sofisticados da MPB se misturam ao calor da folia. “A MPB no Carnaval é uma forma de resistência, um espaço onde a cultura brasileira se fortalece e se renova em meio à festa”, complementa Helena.
A crescente adesão do público a esses blocos demonstra um desejo de pluralidade musical na maior festa popular do Brasil. “O Carnaval é do povo e, por isso, precisa refletir sobre a riqueza da nossa música. Ver milhares de pessoas cantando Chico Buarque, Gil, Marisa Monte e também novos nomes como Tim Bernardes e Céu em pleno bloquinho é uma experiência emocionante e necessária”, conclui Helena.
Com a força dos bloquinhos de MPB, o Carnaval de Rua se firma não apenas como espaço de celebração, mas também como um território de resistência e preservação da cultura nacional, provando que a MPB continua viva e indispensável para a identidade brasileira.