Colaboração: Bruna Senos
O terceiro e último dia de Circo Voador no Arpoador começou cedo e com programação totalmente dedicada aos pequenos. Logo de manhã, uma oficina infantil de capoeira iniciou os trabalhos, e serviu de esquenta para as duas sessões da peça “Tem Areia no Maiô” com o grupo de palhaças As Marias da Graça, com ingressos esgotados.
A parte da noite, tal qual no dia anterior, foi de muita música, inclusive em debate. O fórum “Brasil, que país é este: Cazuza, Renato Russo e a transição democrática″, com a participação do pesquisador Mário Luis Grangeia, do fundador do Circo Voador, Perfeito Fortuna, e dos jornalistas Arthur Dapieve e Jamari França, falou sobre a importância dos líderes de Barão Vermelho e Legião Urbana na época da redemocratização do país.
Em seguida, foi vez do poeta e letrista Chacal, velho conhecido do Circo no Arpoador, levar à lona do circo a história do CEP 20.000, que completa 25 anos este ano, através de sua poesia. Concorrida, a participação de Chacal reuniu ainda muitos curiosos, e reforçou a vocação do Circo Voador de dar voz às mais diferentes manifestações artísticas.
Novato na cena carioca, o grupo Nove Zero Nove, vencedor de um concurso musical promovido pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio como parte das comemorações pelos 450 anos da cidade, foi a penúltima atração a subir ao palco. Liderada pelo performático vocalista Mauricio Kyann, a Nove Zero Nove fez um show curto, com repertório próprio (incluindo músicas como “Mendigo”, que contou com a performance de um ator no palco) e mais uma homenagem a Cazuza, com a canção O Tempo Não Para, que contou com a participação de Arnaldo Brandão.
Encerrando a noite, Hamilton de Holanda e o seu Baile do Almeidinha transformaram o picadeiro em uma grande pista de dança. Depois de três anos e mais de 40 edições realizadas no Circo Voador, na Lapa, o show também comemorou o lançamento do primeiro registro fonográfico do Baile, um álbum de músicas autorais. A apresentação contou ainda com as participações da cantora Roberta Sá, do rapper BNegão e de Gabriel Moura, sobrinho de Paulo Moura, que junto com Severino Araújo, era responsável pelas memoráveis Domingueiras Voadoras do Circo.