O título da Copa do Brasil conquistado pelo Sto André não chega a ser um espanto para quem vem acompanhando o futebol brasileiro. Há muito este mito de que tradição ganha jogo vem sendo derrubado não só aqui, mas pelo mundo afora. (Quem diria que a modesta Grécia chegaria final da Eurocopa?).

O que leva um clube a conquistar títulos, não é a camisa, mas sim planejamento boa administração e acima de tudo bom futebol, qualidades estas que estão cada vez mais complicadas de serem encontradas aqui no Brasil.

Não quero com isso tirar os méritos nem ofuscar o brilho da equipe do ABC paulista, nem muito menos do técnico Péricles Chamusca, que já vem mostrando a sua competência em várias outras ocasiões. A única coisa que faz com que eu sinta muito esse resultado e ver o clube de maior torcida do Brasil entrar em campo pra disputar uma vaga para a Taça Libertadores da América sem a mínima garra e personalidade.

Tenho certeza que quem assim como eu, que aprendeu a gostar de futebol ouvindo o pai um flamenguista nato, contar as histórias de Zico, Atílio, Adão e cia, de assistir a conquista do mundial em 1981, quando o Liverpool caiu diante do time da gávea, entende fácil a minha indignação.

A conquista do Santo André foi merecida, e tem de ser muito comemorada. Porém, a decadência do futebol brasileiro que vem junto com ela é o que me entristece.

E Chico Buarque completou 60 anos. Todos os grandes cronistas comemoraram o fato e eu, apesar de correr o risco de me tornar repetitiva, farei o mesmo, e explico o porquê: Minha irmã do meio sempre achou que comum pouco de investimento conseguiria me tornar um gênio (dá pra perceber que o esforço foi em vão). Por isso, quando fiz 7 anos ela me presenteou com um livro que contava um pouco da história do Chico, e foi assim que ele entrou definitivamente na minha vida.

Suas músicas acompanharam minha história e algumas vezes a identificação era tanta que achava que tinham sido feitas pra mim (modestamente). Para mim, ele é o maior símbolo da conquista da nossa liberdade de expressão.

Defino Chico com a mesma simplicidade com que ele descreve o universo feminino: Um pingo de doçura num mundo de brutos. Feliz aniversário!

Notas

Que triste a saída de Rincón do Corinthianas. Não sou dona da verdade, mas acredito na sinceridade do jogador.

Pior que o vexame do Flamengo na Copa do Brasil, foi à agressão sofrida por Márcio Braga.

Inferno astral é pouco para definir o que vem acontecendo na vida de Edmundo. Sugiro um bom benzimento.

Que perda para o Palmeiras! A saída de Vagner Love vem em um momento desnecessário. Será que nunca iremos poder recusar uma proposta mesmo se tratando de um jogador que está em plena ascensão e que num futuro próximo poderia conseguir a transferência para um clube de maior expressão (Ninguém merece jogar na Rússia!).

Que torcida ingrata, essa do São Paulo. Será que eles ainda não perceberam que se não fosse Rogério Ceni a eliminação teria chegado muito antes?

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A vitória dos descamisados