Embora esteja com seu sexto disco de estúdio pronto, o Suede não pretende adiantar qualquer música nova em seu show deste sábado em São Paulo, no Planeta Terra Festival. Durante uma coletiva na manhã desta sexta (19), eles afirmaram mais de uma vez que não haverá espaço para novidades no setlist.
“Tocamos músicas novas e fizemos testes com o público na Europa, mas nunca estivemos aqui antes, então sabemos que os fãs querem ouvir os clássicos. Além disso, há músicas que queremos aposentar, deixar de tocar de vez, e precisamos mostrá-las para quem nunca as viu ao vivo”, justificou Mat Osman, o baixista do grupo.
Ao menos, os britânicos alegraram os fãs ao confirmar que ganharam um pouco mais de tempo no palco após o cancelamento do show do Kasabian, que tocaria na sequência. “Vamos tocas duas músicas a mais”, disse, rindo, o baterista Simon Gilbert. “A não ser que alguém envenene o Garbage, aí nós ficamos lá por mais tempo”, sugeriu Osman.
Quanto ao novo disco, eles foram bastante diretos. “Pode parecer uma coisa boba para se dizer, mas ele soa como um disco do Suede. Nos últimos dois álbuns nós tentamos nos distanciar do que sempre fizemos, o que é uma coisa normal quando você está numa banda há muito tempo, mas não é o que deveríamos fazer”, acrescentou Osman, o mais falante dos cinco.
O guitarrista Richard Oakes comparou o processo de criação desse disco ao de Coming Up, lançado em 1996, e o primeiro no qual ele participou das composições. Oakes lembrou que entrou na banda dois anos antes (em substituição a Bernard Butler) e primeiro fez uma turnê de quase um ano, antes de finalmente gravar aquele álbum. “Agora nós tivemos algo parecido, porque estamos tocando juntos de novo há uns dois anos, então tivemos muito tempo para compor as músicas”, explicou.
E se durante o hiato de sete anos entre a turnê do quinto disco, A New Morning, e os shows da volta, em 2010, o vocalista Brett Anderson lançou quatro discos solo e um com o The Tears (dupla que ele formou brevemente ao lado de Butler), o que, afinal, ficaram fazendo os demais integrantes do Suede?
Osman foi o único a fazer algo não diretamente ligado à música, editando um guia londrino de cultura e entretenimento, o le cool. Embora, ao responder à pergunta, tenha brincado dizendo que “amava não ter nada para fazer”. Quanto aos demais, seguiram tocando, embora (bem) mais discretamente.
“Nós continuamos tendo bandas. Somos músicos, não sabemos fazer nada além de música, somos um lixo”, disse, aos risos, o tecladista e guitarrista Neil Codling, que chegou a deixar a banda antes de A New Morning para tratar problemas de saúde, mas está de volta desde o primeiro show da reunião.
Oakes criou a dupla Artmagic ao lado de Sean McGhee em 2008, e explicou que passou anos escrevendo músicas novas, embora seu primeiro álbum tenha sido lançado apenas em 2012. “As pessoas acham que você desaparece ou morre se não estiver aparecendo em público, mas isso não é verdade. Todos nós estivemos ocupados”, afirmou.
Já Gilbert foi mais longe, literalmente. “Me mudei para a Tailândia uma semana depois que a banda acabou e toquei em algumas bandas por lá antes de voltar para Londres”, contou.
O Suede se apresenta às 18h30, no palco Main Stage.
Planeta Terra 2012
Atrações: Mallu Magalhães, Best Coast, Suede, Garbage, Kings of Leon, Madrid, Banda Uó, Little Boots, The Maccabees, Azealia Banks, The Drums e Gossip.
Data: 20 de outubro (sábado)
Local: Jockey Club de São Paulo
Hora: 13h às 23h30
Ingressos: R$ 330 (inteira) / R$ 165 (meia).