”Vocês vão enlouquecer para mim, porr*?”, foram as primeiras palavras de Ozzy Osbourne ao público, que lotou o estádio do Palestra Itália, na noite de sábado (5/4), onde, antes, tocaram também Black Label Society e Korn.

Sem sombra de dúvida, as pessoas piraram por Ozzy, que gritava do backstage, antes do início do show, “Ôh-Ôh-Ôh-Ôh-Ôh” (no ritmo do nosso “Olê-Olê-Olê-Olê”), no que a massa de pessoas respondia em coro “Ozzy, Ozzy!”.

A entrada no Príncipe das Trevas foi precedida por imagens no telão em que Ozzy parodia diversos programas, como “Lost”, e filme “Piratas do Caribe” e até o clipe das esteiras do grupo Ok Go.

Após a ovação da galera ao ver Ozzy, “I Don’t Wanna Stop”, de seu último trabalho Black Rain, abriu o show, seguida de sucessos como “Bark at the Moon”, do Ozzman Cometh e “Suicide Solution”, do Blizzard of Ozz.

Assim como fez em outras apresentações da turnê, Ozzy jogou baldes de água na galera e chegou a abaixar as calças e mostrar o traseiro branco para as milhares de pessoas. Antes de engatar a sinistra “Mr. Crowley”, o Príncipe da Escuridão suspende uma bandeira do Brasil, que exibe ao público. Nessa música, um mar de mãos ia para o lado e depois para o outro, no ritmo da canção.

Apesar de fora de forma, Ozzy tinha o público nas mãos: ele andava para lá e para cá com seu jeito arqueado, batia palmas, sorria e gritava para a massa “Eu não consigo ouvi-los!”, no que era respondido por um coro de vozes uniformes gritando de volta “One More Song! (Mais uma música)”.

Após tocar “Crazy Train”, o guitarrista Zakk Wylde, literalmente, deu o sangue em seu momento destaque. Durante seu solo interminável, de cerca de cinco minutos, Wylde cortou os dedos nas cordas da guitarra, mas nem se abalou e continuou tocando como se nada tivesse acontecido. Zakk deu um show de excelência musical, com direto a tocar com o instrumento das costas e até com os dentes.

Com um terço da guitarra banhada em sangue ao final do solo, Wylde troca por outro modelo e engatada “Iron Man”, que, aos primeiros ecoar do bumbo, leva o punho cerrado de milhares de pessoa ao alto.

“No More Tears!” era reivindicada em uníssono pela galera, que foi atendida: “Quero vê-los extra, extra enlouquecidos!”, disse Ozzy segundos antes de engatar a música. Em seguida veio “I’m Here For You”, de seu novo disco, “I Don’t Wanna Change the World” e “Mama I’m Coming Home”.

“Paranoid” fechou a apresentação, fazendo aquelas milhares de cabeças pirarem, entrando em estado de torpor ao som dos riffs de Zakk Wylde e a voz de Ozzy. Apesar de um setlist ensandecedor, muitos sentiram falta de “Perry Manson”.

O show, que durou cerca de 1h30, acaba com Ozzy, Wylde, o baixista Rob “Blasko” Nicholson, o baterista Mike Bordin (ex-Faith No More) e o tecladista Adam Wakeman (filho de Rick Wakeman, tecladista do Yes), reverenciando o público de quase 9 mil pessoas. A banda não deu bis, mas o guitarrista presenteou os fãs com o amplificador que usou durante o show.


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'Quero vê-los enlouquecidos!', grita Ozzy Osbourne durante show em SP