Um clima de saudosismo marcou a noite da última quarta-feira (2), no Via Funchal, onde se apresentaram a hardcoreana TSOL, que está desde 1979 na ativa; a hard rock afetada Gene Loves Jezebel (1981); e a principal atração, mais veterana de todas, Echo & the Bunnymen, de 1978.

Além de o público ser mais das antigas, era notável o desfile de camisetas de bandas clássicas, como a Nazareth (1968), sem contar com os cabelões compridos do povo mais tradicional.

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O primeiro grupo a tocar foi a norte-americana TSOL, que, com seu vocalista, Jack Grisham em sua calça de couro e chapéu preto, aventurou-se a falar da relação dos americanos com seu atual presidente. “Os americanos não gostam do Bush, está um hospício lá”, antes de engatar a música Madhouse.

Com um discurso politizado, a banda não pôde deixar de tocar a clássica Flowers By The Door: “Faz 25 anos que eu toco essa música e ainda estão lutando no oriente médio. Não gosto disso”.

Ao final da apresentação do TSOL, Gene Loves Jezebel sobe a palco com um vocalista super afetado, que resgatava movimentos e postura das bandas de 1980. Jay Aston exibia a bandeira do Brasil, amarrada no cinto de sua calça, e dava um jeito de inserir “São Paulo” na maioria das músicas que cantava, como em Jealous. “You are so beautiful, São Paulo, yes you are!”.

O mais divertido foi ouvir o vocalista falar em falsete com o público entre uma canção e outra. Gene Loves Jezebel tocou ainda Sweet Sweet Rain (“essa música é sobre o clima na Inglaterra”, explicou Aston antes de começar), Georgeous e Break the Chain.

Por último, com um intervalo mais demorado para adentrar o palco, foi a vez da tão aguardada Echo & the Bunnymen. Ian McCulloch aparece com seu tradicional cabelo desgrenhado e mullets; a galera grita, e sem firulas nem saudações efusivas começam a tocar. Entre uma música nova e outra, a galera vibrava muito mais nas antigas, como Rescue, Stormy Weather e Dancing Horses.

Depois da terceira música, Ian acende um cigarro, dá uma tragada e diz num sotaque britânico super carregado: “É fantástico estar no Brasil novamente”, antes de engatar Seven Seas.

Assim como o vocalista, os outros integrantes não eram de grande firulas nem poses “rock’n’roll” como os cara do Gene Loves Jezebel. Eram mais adeptos de uma postura séria enquanto tocavam. Como de praxe, Ian assumiu uma postura taciturna em palco, com conversas com o público que mais pareciam bate-papos consigo mesmo. “C’mon Brasil, It’s Never Stop”, falou antes de começar a tocar… Never Stop.

Entre um cigarro e outro, The Back of Love, The Cutter e Killing Moon foram tocadas um pouco antes de a banda deixar o palco. Na expectativa de bis, a galera começou a bater palmas, assobiar e gritar “Echo, Echo!”. Depois de uma demora considerável, a banda retorna para tocar um cover de People Are Strange, do Doors, banda que influenciou fortemente o Echo & the Bunnymen. “Obrigado”, disse Ian. “Eu tenho febre de agradecê-los”. A partir daí, seguiu-se Nothing Lasts Forever, que, no meio, transformou-se em Wak on the Wild Side, do Lou Reed, e, no final, voltou a ser Nothing Lasts Forever, antes de eles desaparecerem novamente.

Dessa vez, a galera ficou mais hesitante quanto a um segundo bis. Mas, não era possível que eles fossem embora sem tocar uma das músicas mais aguardadas. É então que, sem decepcionar os fãs veteranos, a banda volta e toca Lips Like Sugar, com um interlúdio interminável recheado com vocalizes aleatórias de Ian.

Ao final, ele chutou caixinhas do cigarro que estava fumando para galera, enrola uma toalha e chuta também. Ele adorou chutar coisas, cuspiu e tentou chutar, mas não deu muito certo. Dessa vez, antes de irem embora, ele se despede com um rápido “Thank you” e sai, com sua postura taciturna que assumiu desde o começo, uma coisa meio gótica, que resgatou dos anos 80 para os fãs que esperavam justamente isso.

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Echo & the Bunnymen dá dois bis aos fãs brasileiros em show em SP