Chegou ao fim a primeira fase da seleção na capital paulista para o Ídolos novo reality show do SBT. Os testes começaram com 4 mil pessoas na quinta e sexta-feira, atravessaram o fim de semana e devem terminar com cerca de 40 aprovados. Eles vão se juntar aos selecionados em Recife, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre e disputarão uma das 30 vagas para o programa.
Nesta segunda-feira, no Alto da Lapa, os participantes puderam levar seus familiares para acompanhá-los nas audições que começaram às 11h e se estenderam até às 21h. Durante a longa espera, os concorrentes passavam o tempo entre os amigos que fizeram ao longo desses dias. De longe foi possível ouvir a cantoria, as palmas e os desejos de boa sorte para os grupos que deixavam a sala em direção ao que ficou conhecido como corredor de espera.
Neste corredor, que na realidade era o saguão do prédio da APAS Associação Paulista de Supermercados -, os jovens aguardavam a chamada da produção e seguiam em direção ao estúdio montado dentro do centro de convenções. Os pais ficavam do lado de fora ansiosos e, muitas vezes, colocavam os ouvidos atrás da porta para tentar ouvir um pouco da apresentação dos filhos. Na saída, cercado por câmeras e microfones, o candidato era recebido por uma salva de palmas e gritos ou um abraço amigo dos parentes, caso o resultado fosse negativo.
Nos depoimentos ao SBT, os eliminados, que eram consolados pelos apresentadores Beto Marden e Lígia Mendes, chegaram a falar que estavam descontentes com júri. Outros agradeceram a oportunidade de participar do programa, como é o caso da Janaína de Holanda (20 anos), que não foi aprovada. Ela disse que não se arrepende de ter participado: Foi muito bom. Consegui provar pra mim e para minha família que sou capaz.
A bancária de Belo Horizonte, Fabíola Amorim (30), aguardou ansiosa a sua vez e falou sobre seu sonho: Amo arte e é importante que eu coloque pra fora esta vontade que vem de dentro. Não é uma oportunidade fácil. A opinião dos jurados é o que tem mais valor pra mim. Na saída da audição, a mineira, que não conseguiu passar para a próxima fase, incentivou os amigos que ainda estavam na fila.
No clima de tensão, uma menina chegou a desmaiar antes mesmo de fazer sua apresentação e foi socorrida pelo corpo médico.
Com exclusividade, o Virgulando foi o único veículo de imprensa a acompanhar de dentro do estúdio as audições. Em uma bancada, estavam lado a lado os jurados Carlos Miranda, Thomas Roth, Arnaldo Saccomani e Cyz (Cynthia Zamorano). De frente pra eles os candidatos cantavam, ouviam dicas e críticas. Cada integrante do júri dizia em voz alta sim ou não. Em caso de empate, era preciso que o participante convencesse algum deles a mudar sua opinião. Algumas vezes, esta mudança era negativa, o que significava a eliminação.
Os testes que aconteceram nesta segunda-feira foram para os aprovados no sábado. Nesta terça-feira hoje foi a vez dos selecionados de domingo. As audições devem seguir os mesmos moldes.
Exclusivo: Um bate-papo com os jurados do programa
Durante as eliminações em São Paulo do reality show Ídolos estréia em março no SBT o Virgulando entrevistou, com exclusividade, os jurados do programa.
Virgulando: Como está o nível dos participantes? Existe alguma cidade onde eles tenham maior qualidade musical?
Carlos Miranda: É difícil falar por cidade, porque no Brasil tudo é muito misturado. Em Porto Alegre, por exemplo, aprovamos pessoas de vários outros Estados, um até de Rondônia. É como São Paulo, é muita mistura.
Virgulando: Vocês se comovem com as histórias dos candidatos ao programa?
Thomas Roth: Nós preferimos não saber das histórias, mas às vezes elas chegam até nós. Não podemos nos deixar influenciar por isso.
Virgulando: O critério básico é o talento ou vocês estão procurando um mix de beleza, carisma, musicalidade e presença de palco?
Thomas Roth: Estamos procurando alguém que se encaixe no objetivo do programa: um ídolo Pop. Tem que ter este mix de tudo.
Carlos Miranda: Esta busca é por um Pop novo, não algo estereotipado. A mídia alimenta o povo de lixo. A gente está filtrando e buscando algo precioso. Hoje é muito malabarismo, muito enfeite na música.
Arnaldo Saccomani: No Brasil parece que tudo é Pop, menos Sertanejo e Pagode.
Cynthia Zamorano: Não é porque eu sou pernambucana, mas em Pernambuco existe muita novidade musical. É isso que queremos. Quando eles estão ali na nossa frente, eu estou entendendo que este cara pode ser um ídolo.
Virgulando: Como é o processo de julgamento na televisão?
Thomas Roth: Estamos julgando com isenção, somos livres para votar com o nosso jeito. É uma coisa séria, com responsabilidade e o objetivo é achar uma nova árvore no bosque da música.
Arnaldo Saccomani: A liberdade é tão grande, que no programa é o público quem vai escolher o ídolo. Se for ruim, eu falo! Vamos estar lá para isso, para orientar os telespectadores. Mas eles vão decidir se nos ouvem ou não.
Saiba quem são os jurados do programa Ídolos:
Carlos Eduardo Miranda é produtor e jornalista, já foi diretor artístico na Trama. Lançou vários grupos como Skank, O Rappa, Raimundos, entre outros.
Thomas Roth é compositor, produtor e empresário musical. Já compôs músicas que foram gravadas por Elis Regina, Emílio Santiago, Beto Guedes, Peninha, Ronnie Von e o conjunto Placa Luminosa.
Arnaldo Saccomani é produtor, compositor e radialista. Já vendeu, como produtor e compositor, mais de 25 milhões de discos. Produziu discos de Fábio Júnior, Rita Lee, Ronnie Von e, atualmente, lançou grupos como Jeito Moleque, Os Travessos, Adriana e a Rapaziada, Banda Carrapicho, Vavá e Netinho de Paula.
Cynthia Zamorano, apelidade de Cyz, é cantora, produtora e compositora. A pernambucana estuda música desde os 15 anos. Na Europa cantou, compôs e produziu o álbum Precyz, eleito pela revista britânica Straight No Chaser um dos melhores do ano de 96.