Conhecidos por estrelar filmes de Hollywood, Sylvester Stallone e John Cusack estão envolvidos em um processo contra um fundo especulativo, no qual fizeram investimentos para aumentar seu patrimônio pessoal.

No fim dos anos 1990, os atores estavam entre os investidores do extinto fundo de especulação Lipper Convertibles, do qual se retiraram antes de um de seus administradores, Edward Strafaci, ser acusado de fraude e má administração de fundos pela Justiça, no fim de 2003.

Os investidores que não tiveram tanta sorte perderam muito dinheiro com o fechamento do fundo.
Por esta razão, os advogados de um administrador fiduciário nomeado pelo juiz agora tentam obter mais de 100 milhões de dólares dos ganhos obtidos por Stallone, Cusack e outros investidores que "saíram" na hora certa, sustentando que se beneficiaram de enriquecimento ilícito.

O representante do administrador, Thomas Dubbs, afirma que estes ganhos devem voltar aos outros investidores que participavam do fundo administrado por Edward Strafaci, hoje na prisão.

Strafaci é acusado de ter superestimado alguns investimentos feitos pelo fundo, cujo conjunto de ativos superou em certo momento os 4,9 bilhões de dólares, segundo documentos transmitidos ao tribunal.

Nem Stallone nem Cusack são acusados de malversação, mas os advogados consideram que seus lucros foram obtidos com benefícios fictícios e não reais.

Michelle Bega, agente de Stallone – intérprete do boxeador Rocky Balboa -, se negou a comentar o caso quando contactada pela AFP.

Este caso deixa novamente sob os holofotes a indústria dos fundos especulativos, que estão submetidos a uma legislação considerada por alguns insuficiente.

No mundo há milhares de fundos como estes, que permitem aos investidores – habitualmente com grandes fortunas – aumentar seus ganhos usando técnicas financeiras conhecidas com o nome de "produtos derivados".
Os ativos totais dos fundos de investimento superariam o bilhão de dólares, segundo estimativas oficiais.
Mas as autoridades da regulamentação são incapazes de calcular a quantidade exata de fundos, quando segundo alguns representam 30% das transações em bolsa nos Estados Unidos.
O presidente da Comissão de Operações Bursáteis (SEC), Christopher Cox, disse em audiência perante uma comissão parlamentar, no mês passado, que a regulamentação do setor era insuficiente.
Nesta audiência, vários senadores republicanos avaliaram que se deve supervisionar mais estreitamente estes instrumentos financeiros.
A desintegração, em 1998, do fundo Long Term Capital Management (LTCM), que precisou da intervenção do Federal Reserve (banco central americano) para evitar uma quebra na bolsa, ainda está fresta na memória dos americanos.


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Stallone está envolvido em processo contra fundos especulativos