(Por Gabriel Codas) Durante os últimos anos ter uma universidade parecia uma forma certa de ganhar dinheiro. Milhares de alunos deixavam o ensino médio e buscavam alternativas distintas para se preparar para o mercado de trabalho. No entanto, a crise econômica parece ter chegado também às faculdades, que perderam novos estudantes no início deste ano e já querem ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em reportagem do jornal A Folha S.Paulo desta quinta-feira (26), o sindicato que representa as universidades privadas paulistas (Semesp) realizou um levantamento e concluiu que 41,5% das instituições vão enfrentar uma redução no número de novos matriculados, o que seria reflexo da crise. Essa será a primeira redução desde 1996, mas os dados ainda precisam ser confirmados pelo Ministério da Educação.
O presidente do Semesp, Hermes Figueiredo, explicou ao jornal que a maior parte dos alunos que vão para as faculdades hoje também trabalham. Por isso, o crescente desemprego estaria afetando o setor, já que sem dinheiro jovem desiste da faculdade. A pesquisa do sindicato foi feita com 266 instituições, 69,5% do total de São Paulo. Apenas 26,8% afirmaram que terão mais ingressos neste ano.
A principal preocupação das faculdades é com os próximos anos, já que menos alunos hoje, representa menos alunos no futuro. Com isso, as faculdades temem pela saúde financeira, já que pois muitos dos gastos são constantes e o corte de custos pode afetar a qualidade dos cursos.
Para superar o momento, o sindicato reivindica ao BNDES uma linha especial de financiamento, com recursos públicos, para a área. As instituições pedem crédito com taxas menores do que as do mercado, tanto para capital de giro (manutenção dos cursos) quanto para investimento (ampliação e modernização da infraestrutura). As universidades argumentam que com a crise ficou mais caro e mais difícil obter recursos no setor privado.
No entanto, o setor já vinha passando por dificuldades devido ao crescimento na oferta de vagas. Entre 1997 e 2007, o números de faculdades no estado cresceu de 266 para 496, ou 86,5%. Além disso, a quantidade de alunos no ensino médio caiu de 1,8 milhão para 1,7 milhão. Para o especialista Carlos Monteiro, o problema é a baixa qualidade dos cursos aliada à falta de opções de financiamento para quem tem dificuldade para pagar os estudos.
NOTÍCIA ANTERIOR:
Gloria Maria agora mora em Salvador, em estilo low-profile
PRÓXIMA NOTÍCIA:
Queda brusca das exportações afeta emergentes