A Coreia do Norte avançou hoje em seus preparativos para lançar um foguete que, segundo a comunidade internacional, pode ocultar o teste de um míssil, apesar das advertências sobre sanções e um ainda maior isolamento político.
Fontes sul-coreanas, americanas e japonesas, citadas pela imprensa local, afirmaram hoje que o foguete já está posto em sua plataforma de lançamento na base de Musudanri, no norte do país comunista, e que serão precisos quatro dias para abastecê-lo.
A Coreia do Norte anunciou que lançará um satélite de telecomunicações entre 4 e 8 de abril, mas especialistas do Sul acreditam ser um míssil com um alcance de até 6 mil quilômetros e que poderia chegar, portanto, no oeste do Alasca, nos Estados Unidos.
Segundo fontes sul-coreanas, citadas hoje pela agência de notícias local Yonhap, a Coreia do Norte colocou na plataforma nesta terça-feira o que parece ser um míssil de longo alcance.
Seul, Tóquio e Washington já alertaram que, embora se trate de um satélite, Pyongyang estaria testando sua capacidade de disparar um míssil de longo alcance, pois a tecnologia é similar.
Esses três países qualificaram o lançamento de “provocação” e alertaram que acarretaria sanções da ONU à Coreia do Norte por violar a resolução 1718, que a impede de realizar testes com mísseis.
O Ministério da Defesa sul-coreano avisou hoje que o lançamento norte-coreano seria um “grave desafio e uma provocação contra a segurança da península coreana e a estabilidade do nordeste asiático”.
“Provocação” também foi o termo usado no México pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que, da mesma forma que os chefes das diplomacias de Coreia do Sul e Japão, avisou que ajudará na imposição de mais sanções a um regime já bastante isolado.
O Japão ameaçou com mais sanções, além das que poderiam ser impostas pelo Conselho de Segurança, e espera-se que aprove ainda nesta sexta-feira uma lei que lhe permitirá destruir os restos do foguete norte-coreano caso cheguem a cair em seu território.
A trajetória do foguete, segundo revelou a própria Coreia do Norte aos organismos internacionais encarregados da segurança marítima e aérea, cruzará o Mar do Leste (Mar do Japão) e parte do Pacífico, caso realmente seja bem-sucedida.
Segundo especialistas dos EUA, em 2006, Pyongyang fez um teste fracassado com um Taepodong-2, que explodiu a poucos minutos de decolar e, em 1998, ocultou um teste de míssil alegando ser um lançamento de satélite de telecomunicações.
Os vizinhos asiáticos da Coreia do Norte continuaram hoje exigindo que seja paralisado o lançamento, enquanto tomam outras medidas.
A Coreia do Sul prepara-se para enviar uma embarcação de guerra equipada com um sistema antimísseis ao Mar do Leste, de modo a vigiar as atividades do foguete norte-coreano.
Dois destróieres americanos, equipados também com sistema antimísseis, permaneceram na região, após recentes manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul. Próximo também está outro navio japonês, de características similares.
O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Won Tae-jae, fez hoje uma chamada ao regime comunista para que interrompa o lançamento e avisou que isso violaria a resolução 1718 do Conselho de Segurança contra qualquer teste de mísseis balísticos feitos pela Coreia do Norte.
O porta-voz da Chancelaria sul-coreana, Moon Tae-young, por sua vez, sugeriu que Seul poderá até levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU, caso a Coreia do Norte chegue a disparar o foguete, ainda que seja levando um satélite.
Em Tóquio, Yasuhisa Kawamura, chanceler japonês, disse em coletiva de imprensa que o Japão “acompanha a situação muito de perto” e pediu à Coreia do Norte que se “contenha em suas provocações” e que não lance o foguete, para evitar uma situação pior.
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