O papa Bento XVI defendeu hoje a criação de um Estado para os palestinos e “suplicou” a todas as partes envolvidas para que busquem uma solução justa “para que os dois povos (Israel e Palestina) possam viver em paz em sua pátria, com fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas”.
O papa fez esse pedido em seu primeiro dia em Jerusalém, onde disse perante o presidente israelense, Shimon Peres, que a paz e a segurança “são construídas por meio da justiça”.
“A justiça dá paz, tranquilidade e segurança para sempre”, ressaltou o pontífice.
Bento XVI disse que, há dezenas de anos, a paz “tragicamente” não chegou à Terra Santa e que as esperanças de inúmeros homens, mulheres e crianças por um futuro mais seguro “dependem do sucesso das negociações de paz entre os israelenses e palestinos”.
O pontífice se mostrou convencido de que nenhum habitante da Terra Santa “deseja violência, insegurança ou divisões para seus filhos” e assegurou que “ouve o grito” dos que invocam “justiça, paz, respeito para sua dignidade, segurança estável, uma vida diária livre de medos de ameaças externas e insensata violência”.
Nesta segunda-feira, o papa honrou as vítimas do Holocausto e pediu para que o anti-semitismo seja combatido “onde estiver, já que infelizmente continua levantando sua repugnante cabeça em muitas partes de mundo”.
Bento XVI quis encerrar definitivamente a polêmica despertada por um bispo tradicionalista que negou o Holocausto, o que pôs a comunidade judaica em pé de guerra.
A visita do papa foi criticada por alguns judeus ultra-ortodoxos e pela facção armada palestina Jihad Islâmica, para a qual a presença de Bento XVI em Israel representa um “presente à ocupação e um desprezo ao sofrimento do povo palestino”