A cada ano que passa, a Parada LGBT de São Paulo, que promove sua XIII edição neste domingo, aumenta o número de frequentadores e a aceitação na sociedade.

O release da Prefeitura dá uma boa noção do status do evento: “A cidade de São Paulo estará cerca de R$ 200 milhões mais rica após o término do evento. Este é o investimento médio que os cerca de 3,5 milhões de pessoas esperadas no evento, devem deixar na cidade. Neste ano, a previsão é de que a cidade de São Paulo receba mais de 320 mil visitantes. Para os hotéis da capital, o evento é uma injeção de ânimo. A taxa de ocupação chega ao número de 85%.”

Mas, apesar desse sucesso todo, a Parada Gay está longe de ser unânime. E não só entre os grupos conservadores ou religiosos que consideram o evento uma grande afronta aos seus princípios. Entre os gays também muitos torcem o nariz para a Parada.

O Virgula foi atrás de duas opiniões totalmente contrárias em relação à Parada LGBT.

POR QUE EU GOSTO DA PARADA

Deco Ribeiro, professor de jornalismo

“Eu acho a Parada positiva porque ainda cumpre seu papel original que é de dar visibilidade ao homossexualismo. Por mais que critiquem o evento por ser só festa, ferveção, carnaval, por mais que digam que só tem go-go boy e drag queen, eu acho que ela é muito positiva. Assim como o Carnaval oficial, ela libera num dia só

A Parada libera num dia só a repressão do ano todo. Ela subverte a ordem e questiona os valores. E outra: não dá pra fazer uma manifestação política com 3 milhões. Quando ela surgiu, esse era o caso. Mas, desde então, vieram outras datas para tratar do lado político. Existe o 17 de maio, que é o Dia de Combate a Homofobia, que no mês passado teve centenas de eventos ligados a ele.

Então a Parada é positiva porque é uma celebração do orgulho de ser quem você é.”

POR QUE EU NÃO GOSTO DA PARADA

Rubens Gomes de Oliveira, jornalista

“Não me sinto mais representado por esse Carnaval fora de época. As duas, três primeiras paradas eram políticas, depois o evento se despolitizou totalmente. Aquele monte de homens bombados e travestis não me representa e a mídia só dá visibilidade pra esse tipo de perfil.

Se você pega um evento da CUT, tem a festa mas tem o momento político também. Na Parada Gay antes tinha isso, uma hora paravam a bagunça, falavam da importância de ser gay, de ser politizado.

A causa não está ganha, longe disso. O abaixo-assinado pedindo projeto de lei contra a homofobia só tem 40 mil assinaturas até agora. E vão 3 mihões na Parada! E os sites de pornô gay têm um milhão de acessos por mês!”


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BATE/REBATE: A Parada Gay ainda é legal?