Quem acha que o Jonas Brothers é apenas um trio de adolescentes bonitos precisa ouvir o quarto álbum de estúdio da banda, Lines, Vines and Trying Times. Se os irmãos Joe, Nick e Kevin Jonas já haviam provado que conseguem fazer pop com apelo e competência em seu terceiro álbum, o sucesso A Little Bit Longer, o novo trabalho do trio prova que é possível conciliar uma sonoridade completamente acessível com competência e inovação.

Quem não gosta de pop adolescente provavelmente vai passar longe do álbum, mas é impossível afirmar que os irmãos tiveram medo de arriscar dentro de sua conhecida linha pop. Lines, Vines and Trying Times reúne desde hinos pop como Keep it Real e World War III a baladas açucaradas como Before the Storm e Turn Right – e, acreditem, até mesmo uma faixa gangsta, Don’t Charge me for the Crime, que conta com a participação do rapper Common. Se os garotos do Jonas Brothers são conservadores na vida pessoal, na hora de compor eles não têm medo de experimentar tudo e mais um pouco.

Apesar de ser um álbum pop por definição, o forte de Lines, Vines and Trying Times é o papel das guitarras, que fazem com que o novo trabalho dos irmãos Jonas ganhe uma sonoridade mais forte e se diferencie de outros lançamentos do gênero. World War III, faixa de abertura do álbum, pode ser um hino pop, mas tem uma pegada pesada que mostra que o trabalho instrumental dos irmãos Jonas já se encaminha para algo além de pop chiclete.

Mas é na hora de mostrar suas baladas que o Jonas Brothers confirma sua capacidade na hora de compor. Before the Storm é a balada padrão desse álbum do Jonas Brothers – uma música enjoativa de tão açucarada, mas irresistível para qualquer casal apaixonado. A música, aliás, traz um dueto entre Nick Jonas e Miley Cyrus, novamente um casal na vida real.

Se há algo em Lines, Vines and Trying Times que ainda permanece em relação aos álbuns anteriores do grupo é o trabalho vocal. Nick e Joe são os principais responsáveis pelos vocais, e ainda não conseguem ir além de um tom monocórdio, que muita vezes tira a força de algumas músicas. Nas baladas os irmãos conseguem atingir um ritmo muito bom, mas nas demais músicas ainda falta vivacidade na hora de cantar.

De falsetes a gritinhos estridentes, baladas românticas, incursões pelo rap e guitarras competentes, o Jonas Brothers mostra em Lines, Vines and Trying Times que conseguiu se distanciar da musicalidade “Disney” que marcou o início de sua carreira e que está pensando alto para seus próximos álbuns.


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Crítica: Lines, Vines and Trying Times, do Jonas Brothers, traz pop competente e diversificado