Apenas 39,27% das mais de 198 mil escolas do Brasil têm rede de esgoto sanitário, segundo estudo divulgado hoje (2), em São Paulo, pelo Instituto Trata Brasil. O trabalho, que se baseou no Censo Escolar de 2007, do Ministério da Educação, levou em consideração 79 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes.
A principal vítima da falta de saneamento básico são as crianças, afirmou o pesquisador Marcelo Néri, chefe do Centro de Políticas Sociais, vinculado ao Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas.
Segundo o estudo, 62,25% das escolas têm rede de água; 87,65% contam com energia elétrica e 61,11% fazem coleta periódica de lixo.
O saneamento é o esgoto das estatísticas sociais. E isso traz consequências sérias para o país, com pessoas que deixam de trabalhar, crianças que perdem aula, crianças que morrem, destacou o pesquisador.
De acordo com o levantamento, 7,28% das pessoas que não têm rede de coleta de esgoto perderam dias de trabalho nas duas últimas semanas por motivo de doenças, que podem estar associadas à ausência do serviço. Desse total, 0,51% deixou de trabalhar por causa de diarréias e vômitos.
Os dados se basearam na Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD) de 2003, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A falta de saneamento básico também pode ser uma das explicações para os 5,92% de estudantes, até 17 anos, terem deixado de realizar quaisquer atividades habituais por motivo de saúde.