Os operários que trabalham na construção dos estádios para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, iniciaram hoje uma greve em protesto pelos baixos salários que recebem, anunciou o Sindicato Nacional dos Mineradores (NUM, em inglês), que reúne também os trabalhadores da construção civil.

“Esta greve poderá ser incluída no Livro dos Recordes” por causa de sua longa duração, ameaçou em declarações à imprensa o porta-voz do NUM, Lesiba Seshoka, ao explicar que 70 mil trabalhadores aderiram à interrupção nas atividades.

Segundo Seshoka, alguns operários na África do Sul recebem menos de 4,50 rands (0,40 euro) por hora, e “a Federação Sul-Africana de Empreiteiros de Engenharia Civil (SAFCEC, em inglês) mente a todo o país ao afirmar que estamos pedindo um aumento de 65%, enquanto queremos 13%”.

Por enquanto, não há negociações para resolver esta greve, embora as partes devam conversar amanhã. Os empresários pretendem propor um aumento salarial de 10,4%.

A greve de mineradores e trabalhadores da construção civil se une a outros conflitos trabalhistas que se desenvolvem nas últimas semanas na África do Sul, entre eles o dos médicos da saúde pública e o dos profissionais de transporte.

Estes greves são apoiadas pela Confederação Sul-Africana de Sindicatos (COSATU, em inglês), aliada do partido governamental, o Congresso Nacional Africano (CNA), nas eleições de abril passado, mas que nos últimos meses fez diversas reivindicações ao Governo apoiadas em interrupções trabalhistas.

As obras para a Copa de 2010 criaram mais de 400 mil postos de trabalho na África do Sul, segundo números do Comitê Organizador Local, o que reduziria consideravelmente a taxa de desemprego sul-africana, atualmente em 23%.

Dos dez estádios que serão utilizados na competição, situados em nove cidades sul-africanas, cinco deles já começaram a receber eventos esportivos. A outra metade deverá ser entregue no final de 2009.


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Greve paralisa obras dos estádios para a Copa de 2010