No Brasil, contruções sustentáveis ainda são uma exceção. E não deveria. “É possível economizar até 35% da conta de energia elétrica com o uso de aquecimento solar e uma economia de até 60% de água com sistemas simples de coleta de chuva e tratamento de resíduos”, avalia o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), João Verde. Não é apenas o bolso que agradece. Mais do que isso. É uma questão de preservar o meio ambiente e garantir o futuro da humanidade. Simples assim.

Uma construção sustentável, seja uma casa ou um prédio, não vem apenas com lixo para separar recicláveis. Tudo precisa ser avaliado para ter o menor impacto ambiental possível. O material utilizado também precisa ser certificado: madeira de reflorestamento, cimento, vidro, etc. Tanto quanto isso, o projeto da construção tem ser pensado para aproveitar ao máximo a luz do sol e a ventilação natural. Tudo pensando em uma maior economia com ar condicionado e luz, por exemplo, a chamada eficiência energética.

“Ainda não temos uma política pública para incentivar a construção de prédios ecologicamente corretos, ao contrário do que acontece na Alemanha. Nosso mercado está apenas começando a se conscientizar”, explica professor Verde.

Segundo o professor, hoje, quando uma construtora diz que lançou um prédio sustentável, ainda não passa de jogada de marketing, já que os prédios conseguem certificações ecológicas em apenas um segmento, como economia de água ou de energia. São poucas as possibilidades exploradas.

A US Green Building Council, organismo internacional que oferece certificados de sustentabilidade para edificações, possui um programa chamado Leed, sigla em inglês para liderança em eficiência energética e design ecológico. Notas são concedidas de acordo com os pré-requisitos alcançados pelas construções. Se o prédio é eficiente no reuso de água, ele ganha certa quantidade de pontos. Se tem um bicicletário, outros tantos pontos são adicionados já que, teoricamente, frenquentadores poderiam deixar seus carros em casa e ir de bicicleta ao local, o que significa menor emissão de poluentes.

São mais de 40 itens. Quanto mais pontos, melhor seu certificado ambiental. No Brasil, pouco mais de duas dezenas de prédios estão registrados no organismo. Entre eles, o Eldorado Business Tower, em São Paulo. Infelizmente, nenhum chega perto de ser totalmente certificado. “Precisamos aumentar os investimentos em pesquisa. Só assim os custos das tecnologias vão cair, possibilitando a disseminação de métodos ecologicamente corretos”, conclui professor Verde. 


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Projetos de construções ambientais ainda engatinham no Brasil, diz professor