A maioria dos cerca de 188 milhões de brasileiros residentes no país é de negros (pretos e pardos), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Embora tenha sido registrada redução de 0,7 ponto percentual no número de pessoas que se declararam pretas de 2007 para 2008, essa população representa 6,8% do total. O total de pardos cresceu 1,3 ponto percentual, somando 43,8%, e os brancos, com redução de 0,8 ponto percentual, são 48,4%.

A distribuição da população por cor e raça é diferenciada entre as regiões do país. Os estados do Norte e Nordeste concentram os negros, com percentuais de 76,1% e 70,1%, respectivamente. Os brancos estão na Região Sul (78,7%) e Sudeste (56,8%).

Mulheres são a maioria

Nascem mais homens no país. No entanto, por motivos como a violência, as mulheres vivem por mais tempo, o que as tornam a maioria na população brasileira.

O percentual de pessoas na faixa etária mais jovem, de até 4 anos, era 6,9% do total de mulheres (97,5 milhões) e 7,5% do total de homens (92,4 milhões), em 2008. Já na faixa etária mais velha, de 60 anos ou mais, estão 12,1% das brasileiras e 10% do total de homens, segundo a pesquisa.

“A expectativa de vida das mulheres é maior por questões e de saúde e outros fatores. Os rapazes estão mais envolvidos em acidentes de trânsito, na questão da violência urbana. Então, ao longo da vida deles, têm um número de óbitos maior que o das mulheres”, explicou a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira.

Em 2008, dos 188 milhões brasileiros residente no país, as mulheres correspondiam a 51,3% e os homens, a 48,7%. Em relação ao ano passado, segundo a Pnad, não houve mudança significativa na distribuição por sexo. Em 2007, 51,2% da população era de mulheres e 48,8%, de homens

Envelhecimento

A cada ano mais pessoas ultrapassam os 40 anos de idade, refletindo a tendência de envelhecimento da população. De 2007 para 2008 o total de pessoas com essa idade cresceu 4,5%.

De acordo com o IBGE, a população com 60 anos ou mais também cresceu. Em 2008, 21 milhões de brasileiros estavam nessa faixa estária, ou 11,1% do total. No ano anterior, eram 19,7 milhões.

A tendência de envelhecimento é observada com destaque no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, estados onde 14,9% e 13,5% da população têm 60 anos ou mais, respectivamente. Em relação às regiões, o índice é maior no Sul (38,1%) e Sudeste (37,8%).

Já os brasileiros mais jovens (de até 4 anos) estão em maior número no Acre (11%), em Roraima (10,2%) e no Amazonas (10,1%). Em 2008, a Região Norte era a única do país em que o contingente de pessoas nessa faixa etária (1,4 milhão) supera o de habitantes com mais de 60 anos (1,1 milhão).

“A Região Norte tradicionalmente apresenta uma estrutura etária mais jovem”, comentou a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira. “Lá, as mulheres têm uma taxa de fecundidade maior [número de filhos] e a expectativa de vida é menor em função das doenças, do acesso à saúde e das condições de vida”, explicou.

Brasileiros que moram sozinho

De acordo com a Pnad, o número de residências com apenas um morador cresceu de 11,5% para 12% de 2007 para 2008, mantendo a tendência verificada em anos anteriores.

Nesse cenário, o número de pessoas por família passou de 3,2 para 3,1. Em cada domicílio, a taxa é de 3,3. De acordo com o IBGE, uma das justificativas para essa redução reflete a redução na taxa de fecundidade, que está em 1,89 filho por mulher.

A Região Sul registra o menor número de pessoas por família, 2,9 e por domicílio, 3,1, assim como a Região Sudeste. Ao contrário, a Região Norte apresenta indicadores mais elevados nas duas situações: 3,5 por família e 3,8 pessoas por domicílio.


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Pnad revela que Brasil está mais negro e envelhecido; Mulheres são maioria