O Facebook e o Twitter são as novas armas dos motoristas de Jacarta para evitar os infernais engarrafamentos da capital indonésia, cujo trânsito está a caminho de entrar em colapso em cinco anos, após diversos planos fracassados para organizá-lo.
A gravidade do problema motivou jovens que passam horas ao volante todos os dias em Jacarta a explorar as possibilidades da internet como solução para os engarrafamentos.
“Todos podemos contribuir para reduzir os engarrafamentos se compartilharmos informação”, declarou Dien Kwik, um dos criadores da iniciativa Bebas Macet, expressão que pode ser traduzida literalmente como “Livre de Engarrafamentos”.
Esta iniciativa toma os dados de posição e velocidade dos aparelhos de GPS de quase dois mil táxis de Jacarta e de boletins de ocorrência da Polícia. Assim, por meio de um logaritmo, o sistema desenha um mapa com ruas em verde, amarelo ou vermelho, indicando o nível de congestionamento.
A informação pode ser consultada posteriormente com uma aplicação do Facebook por meio do telefone celular ou de uma página no Twitter, que traduz o mapa para “tweets” ou mensagens de texto.
“Nosso objetivo é chegar a seis mil táxis para dispor de informação mais confiável, ou conseguir um acordo com as companhias de telefonia que têm terminais com GPS para integrar esses dados”, explica Hindra Irawan, o outro empreendedor indonésio por trás do Bebas Macet.
Popularização
Na atualidade, cerca de 900 pessoas usam esta ferramenta por meio do Facebook e outras cem a utilizam em seus telefones celulares. Seus responsáveis esperam que esteja “a pleno rendimento” em 2010.
Esta é a última e mais promissora invenção tecnológica para lutar contra os monumentais engarrafamentos em Jacarta, após uma lista de fóruns, blogs e até uma página com câmeras ao vivo de 12 pontos habitualmente congestionados da capital.
O problema é de tal magnitude que um recente estudo do Governo da província de Jacarta e da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA, na sigla em inglês) prevê o “colapso total” do trânsito da cidade em 2014 caso medidas efetivas e radicais não sejam tomadas.
O caos no trânsito custa anualmente a Jacarta 28,1 trilhões de rúpias indonésias (US$ 2,9 bilhões). Esse valor corresponde ao combustível gasto, às perdas de empresas e aos problemas de saúde, segundo um relatório da Universidade da Indonésia.
Deve-se somar à indiferença de muitos indonésios em relação às leis de trânsito o crescente número de veículos nas ruas de Jacarta – mais de nove milhões de carros e motos – e uma deficiente infraestrutura de transporte.
A Administração local tentou resolver este problema com os mais variados planos, mas sempre fracassou.
O Governo de Jacarta já antecipou em meia hora o horário de entrada dos colégios e proibiu a circulação de carros com menos de três pessoas nas principais vias da cidade em horários de grande movimento.
Ambiciosos projetos de infraestrutura lançados com estardalhaço, como a construção de 70 quilômetros de elevados, uma linha elevada de trem ou um metrô, são periodicamente adiados por problemas técnicos ou financeiros.
Uma das mais cômicas propostas do Executivo local foi a de equipar cerca de 20 guardas de trânsito com patins com o objetivo de que chegassem aos locais de engarrafamentos mais rapidamente, já que até suas motocicletas ficavam presas nos congestionamentos.
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