Há exatamente um ano, em 13 de outubro de 2008, Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, invandia o apartamento da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, dando início a um drama que foi transmitido por dezenas de canais de televisão durante dias e noites.
Na ocasião, Nayara Rodrigues, de 15 anos, amiga de Eloá, também estava no apartamento, mas foi libertada dias depois. No ponto mais polêmico da tragédia, Nayara obedeceu a um pedido e retornou ao apartamento.
Após mais de 100 horas de cativeiro no apartamento localizado no segundo andar de um conjunto habitacional em Santo André, a polícia invadiu o local. No episódio, foram ouvidos tiros. Dois deles atingiram Eloá, um na cabeça e um na virilha, e outro o nariz de Nayara. Eloá morreu horas depois.
Segundo o promotor do caso, Antonio Nobre Folgado, há “provas robustas” para condenar Lindemberg, que deve ir a júri popular pelos crimes em data ainda não definida.
“No momento em que a polícia entrou no apartamento, ele ainda se escondeu e depois atirou. Não nos policiais, mas nas meninas. Ele avisou que iria matar, e cumpriu o que prometeu”, afirma o promotor, segundo o UOL Notícias.
O julgamento de Lindemberg, no entanto, deve ocorrer somente em 2010. O Tribunal de Justiça de São Paulo ainda deve analisar um recurso da defesa de Lindemberg contra a pronúncia (decisão que leva o réu a júri). “Acho que por volta da metade do ano que vem esse caso vai a plenário”, explica Nobre.
Lindemberg Alves está na Penitenciária de Tremembé, a 147 km de São Paulo.
Pai de Eloá
A repercussão do episódio chamou a atenção da Polícia de Alagoas sobre o paradeiro de um dos mais procurados criminosos do Estado. O vigia Everaldo Pereira dos Santos, pai de Eloá, que apareceu passando mal na televisão nos dias de cativeiro, é suspeito de participar de vários crimes, entre eles, a morte de Ricardo José Lessa Santos, irmão do ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa.
Ele faz parte da Polícia Militar de Alagoas e é suspeito de integrar um grupo denominado de gangue fardada, espécie de esquadrão da morte local. Everaldo Pereira dos Santos continua foragido.
