Recentes dados que indicam a diminuição do buraco na camada de ozônio mostram que é possível o mundo resolver um problema ecológico com a colaboração de todos. Bastou reduzir drasticamente a emissão de gases CFC. A comemoração, porém, vai precisar ser adiada. Cientistas descobriram que o buraco reduz o impacto do aquecimento global na região da Antártida. De acordo com artigo publicado pela Comitê Científico sobre Pesquisas Antárticas, (Scar, na sigla em inglês) quanto menor o tamanho, mais quente ficará o continente.
O ozônio forma uma camada natural que reflete boa parte dos raios ultravioleta (UV), que causam câncer de pele e provocam a redução de plânctons nos mares. Com o buraco, concentrado principalmente sobre o continente gelado, a radiação solar atravessa diretamente a parte mais externa da atmosfera, deixando ela mais fria. O resultado é que as camadas mais externas absorvem o calor das camadas da atmosfera mais próximas à superfície terrestre. Assim, com o buraco, a superfície do continente fica ligeiramente mais fria.
A diferença de calor com a diminuição do buraco na camada de ozônio não é o único problema. Mesmo pequena, a mudança de temperatura altera o regime de ventos na região. A tendência agora é aumentar a chegada de massas de ar quente vindas do norte, agravando o problema do aquecimento global na região antártica e, por consequência, em todo o planeta.
De acordo com entrevista publicada pelo jornal Guardian, o paleoclimatologista Tas van Ommem, um dos colaboradores do estudo, disse que as pesquisas indicam que a concentração de gases de efeito estufa no gelo antártico são as maiores nos últimos 800 mil anos. Como voltar a usar spray com o nocivo CFC está fora de cogitação, o estudo representa mais que um bom motivo para um acordo em Copenhague por uma drástica redução das emissões para evitar consequências mais devastadores para o clima global.