Togo rendeu hoje uma homenagem nacional a
seus dois cidadãos mortos em 8 de janeiro no atentado contra o
ônibus da seleção nacional de futebol, que viajava ao território
angolano de Cabinda para participar da Copa Africana de Nações.
Familiares e amigos dos mortos, o time nacional de futebol do
Togo e a comissão técnica, autoridades e torcedores prestaram
homenagem a Stan Ocloo, de 35 anos, assessor de imprensa da equipe,
e Amelete Abalo, de 55, assistente-técnico da seleção.
Em meio a uma grande emoção, o Chefe de Estado do Togo, Faure
Gnassingbé, que presidiu a cerimônia, depositou uma coroa de flores
sobre os féretros dos falecidos, antes de condecorá-los com um
título póstumo.
Uma delegação angolana, liderada pelo ministro das Relações
Exteriores, Assunção dos Anjos, participou da homenagem e também
ofereceu uma coroa de flores.
“Faltam palavras para expressar nosso estado de ânimo. Neste
momento, em que partem para o descanso eterno, Amelete e Stan, nos
comprometemos solenemente em conseguir muitas vitórias no futuro”,
disse Emmanuel Adebayor, capitão da seleção togolesa.
“Que de vosso túmulo sirva de esperança para um futuro melhor e
que se ouça um hino de união e de vitória”, acrescentou Adebayor,
que joga no Manchester City inglês.
Ocloo e Abalo morreram “como mártires para o triunfo do futebol
togolês”, segundo disse o ministro de Esportes do país, Christophe
Tchao.
Após a cerimônia, realizada no Palácio dos Congressos de Lomé, os
caixões foram levados à rua pelos jogadores da seleção de futebol,
enrolados em panos preto e vermelho, e a partir dali transferidos ao
cemitério para serem enterrados.
A saída dos corpos ocorreu em um ambiente de silêncio, enquanto a
banda das Forças Armadas togolesas interpretava música religiosa
acompanhada por vários coros.
Esta homenagem foi realizada após os três dias de luto oficial
decretados pelo Governo após o atentado de Cabinda.
O ônibus que transportava os jogadores da seleção nacional do
Togo, que era escoltado pela Polícia angolana, foi metralhado por
guerrilheiros separatistas pouco depois de entrar em Cabinda, ao
norte de Angola, a partir do Congo.
Em consequência do ataque morreram Ocloo e Abalo, além do
motorista angolano do ônibus. Outras oito pessoas ficaram feridas.
Por este motivo e por considerar que não estava garantida a
segurança, o Governo de Togo retirou a sua seleção da Copa Africana
de Nações, que começou no domingo e vai até o dia 31 de janeiro em
Angola.