Mais de 700 corpos permanecem sob os escombros em Leogane, ao sul de Porto Príncipe e epicentro do terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro, que causou pelo menos 200 mil mortes, informou nesta quarta-feira o prefeito da cidade, Santos Alexis.
Com uma população de 200 mil habitantes, em Leogane morreram pelo menos 6 mil pessoas, revelou Alexis aos jornalistas durante uma visita à cidade. “Existem muitas pessoas sob as ruínas e não há nada que possamos fazer agora”, argumentou.
De acordo com o prefeito, o maior problema na cidade está na falta de água potável, porque os poços secaram e outros que ainda têm água estão muito sujos. A isso, acrescenta Alexis, se soma a inexistência de latrinas, totalmente destruídas no terremoto, o que está gerando um grande problema de higiene.
Em Leogane, persiste o temor das replicas do terremoto, por isso que as pessoas se negam a entrar em suas casas.
Sobre a ajuda humanitária enviada à cidade, o político admitiu que a coordenação para distribuir os alimentos e outros produtos à população é insuficiente, apesar das reuniões dos representantes de 30 ONGs que participam das tarefas.
Haitianos acusam prefeita de vender ajuda vinda do exterior
Centenas de haitianos protestaram nesta quarta-feira nas ruas de Pétionville, nos arredores de Porto Príncipe, e acusaram a prefeita do lugar, Claire Lydie Parent, de comercializar a ajuda internacional enviada após o terremoto do dia 12 de janeiro, informou a imprensa local.
A prefeita da região, considerada de classe média alta, foi acusada pelos manifestantes de exigir dos desabrigados dinheiro em troca de cupons para conseguir um saco de arroz, segundo o site Haiti Press Network.
Os manifestantes depositaram centenas de sacos de arroz na rua e causaram um grande engarrafamento, de acordo com o site.
Já a rádio Metropole disse que quase 300 pessoas participaram deste protesto e percorreram várias ruas de Pétionville exigindo também comida e uma melhor distribuição da ajuda humanitária.
O Governo do Haiti estimou ontem em mais de 200 mil o número de mortos no terremoto e reconheceu que não tem capacidade para conduzir a situação.