A presença do técnico Dunga no primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro fez com que o Sambódromo virasse local de lobby por vagas na equipe que disputará a Copa do Mundo deste ano, na África do Sul.

O treinador encontrou jogadores como Robinho, que estava na Sapucaí como garoto-propaganda do novo uniforme da seleção brasileira, e Ronaldo, que assistiu aos desfiles ao lado de amigos e familiares.

Enquanto Robinho aproveitou a presença dos jornalistas para defender o retorno de Ronaldinho Gaúcho à seleção, Ronaldo anunciou que se empenhará nos próximos jogos do Corinthians para mostrar que ainda tem vaga.

Dunga, por sua vez, disse considerar normais as pressões para convocar jogadores como Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, mas alegou que, apesar dos pedidos dos torcedores, manterá a coerência de seu trabalho.

“Isso não é uma novidade. Pressionaram para que Parreira, Zagallo e Felipão convocassem Romário. Isso é muito comum antes de um Mundial”, afirmou Dunga, que foi ao Sambódromo acompanhado da esposa e dois de seus filhos.

“Os torcedores são muito apaixonados por seus clubes e é natural que peçam a convocação de seus ídolos”, completou o técnico, que deu a entender que pode deixar o comando da seleção depois da participação na África do Sul – com ou sem o sexto título.

“Meu plano na seleção sempre foi de quatro anos, com qualquer resultado. Não sei o que farei depois do Mundial, se continuarei a carreira de técnico ou não”, disse.

Dunga divulgou na última terça a lista dos convocados para o amistoso de 2 de março diante da Irlanda, último antes da Copa. A lista teve poucas surpresas e foi formada pela maioria dos jogadores com os quais ele vem trabalhando há um ano.

“Adoro Ronaldinho Gaúcho. Ele é como um irmão. Mas quem decide é o Dunga”, afirmou Robinho ao destacar as últimas atuações do jogador no Milan.

Ao lado da esposa, Robinho estava no Sambódromo poucas horas depois de vitória de 2 a 1 do Santos sobre o Rio Claro, pelo Campeonato Paulista. Ele foi o encarregado de exibir pela primeira vez o uniforme com camisa azul que a seleção brasileira usará no Mundial da África do Sul.

“Espero que o uniforme nos traga sorte”, disse o atacante sobre o a nova camisa – também usada pelo músico Carlinhos Brown em uma de suas das apresentações ontem à noite no Carnaval de Salvador.

“Continuo sonhando com o Mundial”, disse Ronaldo. Apesar de saber que o treinador estava no mesmo local, alegou que não o procuraria para que seu ato não fosse interpretado como uma pressão.

“Esse tipo de pressão não serve para nada. Tenho que mostrar que posso ir ao Mundial em campo. De nada adianta conversar ou mandar recados”, assegurou.

Outros ex-jogadores presentes no Sambódromo do Rio de Janeiro foram Zico, Júnior e Roberto Dinamite.

Também marcaram presença alguns jogadores do Flamengo, como o atacante Vagner Love, o lateral-direito Léo Moura e o meio-campo sérvio Petkovic. Na quarta-feira, a equipe entra em campo contra o Botafogo para decidir quem será o adversário do Vasco na decisão da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca.


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Presença de Dunga na Sapucaí vira motivo de lobby para chegar à seleção