Única tenista brasileira a disputar duas Olimpíadas (Atlanta 1996 e Sidney 2000), Vanessa Menga não desiste da modalidade nacional nem mesmo após sua aposentadoria. Atualmente, a ex-atleta segue com projetos sociais nas cidades de Campinas, São Paulo e Jundiaí com o intuito de incluir na sociedade, por meio do esporte, crianças e adultos.

No entanto, o projeto não se limita a inclusão social. Vanessa Menga usa sua iniciativa também para a prática de exercícios físicos voltados à terceira idade e cadeirantes, além de educar todos os participantes.

Em entrevista exclusiva ao Portal Virgula, a ex-tenista comenta sobre a influência em sua carreira de posar nua para a revista “Playboy”, o que falta para o desenvolvimento do tênis no Brasil, projetos sociais e muito mais relacionados ao mundo da modalidade.

Portal Virgula – Muitos perguntam quando o Brasil terá outro grande ídolo no tênis. Você acredita que no feminino existe a chance de surgir alguém?

Vanessa Menga – Sim, porque somos ricos em talentos, como no futebol. Mas para isso o Brasil precisa ter mais incentivo.

PV – O que falta para o Brasil conseguir revelar uma grande quantidade de grandes jogadores como na Argentina?

VM – É preciso investir no esporte nas escolas, porque assim conseguiremos atingir maior numero de crianças e jovens, o que aumentam as possibilidades, como nos Estados Unidos. A Confederação e Federação Brasileira do Tênis precisam investir pesado no tênis de base.

PV – Acha que os grandes resultados como os seus e os do Guga deveriam ter sido melhores aproveitados para desenvolver o tênis por aqui?

VM – Sim, muito. O tênis começou a ser visto de outra forma. Muito dinheiro de patrocínio começou a aparecer, mas pouco investido nos juvenis. Uma pena.

PV –  Qual o melhor momento de sua carreira? E o mais marcante?

VM – Quando venci o Ouro no Pan em Winnipeg, e ganhei a medalha de ouro pelo meu país, foi o mais marcante! E quando joguei na quadra principal de Roland Garros contras as irmãs Willians.

PV – Você sente que existe preconceito no mundo do esporte em relação as mulheres por aqui?

VM – Acho q antes era mais. Agora, as mulheres mostram q possuem talento tanto quanto os homens.

PV – Nós estamos vendo algumas mulheres surgirem forte no esporte. A Bia Figueiredo, no automobilismo, e a Marta, no futebol. Acredita que as mulheres estão tendo maior liberdade para praticar esporte?

VM – Sim, lógico, o mundo está muito mais moderno e avançado, e sabem que nos mulheres somos fortes como todos os homens, basta acreditar e lutar.

PV – Já passou por algum preconceito?

VM – Preconceito não, mas muitas vezes escutei que só estava naquele torneio ou naquele jogo porque meu pai era do meio do tênis. Mas sempre estive pelo meu esforço e mérito.

PV – Como funciona o seu projeto social?

VM – Realizamos projetos através da Lei de Incentivo ao Esporte, onde nossa equipe coordena projetos em Jundiaí, Campinas e São Paulo. Levamos através de esportes como tênis e vôlei a oportunidade de crianças, jovens e adultos participarem na sociedade de forma mais saudável e também ajudamos muito na educação e formação de cada atendido.Temos projetos para a terceira idade, crianças e jovens e cadeirantes. O site é www.brilhobrasileiro.org.br.

PV – Acredita que os atletas deveriam se unir mais para criar projetos sociais como o seu e do Maurício?

VM – Sim, claro. A força e a união fazem toda a diferença. Faço parte da ONG Atletas pela Cidadania, unimos as forças de nossos grandes atletas em prol da sociedade. O projeto tem o site www.atletaspelacidadania.com.br.

PV – Você acha que o ensaio para a Playboy prejudicou de algum modo a sua carreira?

VM – Não de forma alguma, pelo contrario muitas portas foram abertas.

PV – Muitos têm as jogadoras de tênis como musa. Você acha que essa exposição atrapalha dentro da quadra?

VM – Não, se você consegue usar da forma correta só ajudara o seu desempenho em quadra e na vida.Você ganha a torcida! (risos)

PV – Você faria o ensaio novamente?

VM – Não no momento, hoje meu foco é apenas o Instituto.


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Vanessa Menga fala sobre o que falta para o tênis brasileiro, posar nua e projetos sociais