O Credicard Hall, em São Paulo, tremeu na noite desta quarta (21), feriado de Tiradentes, graças à passagem avassaladora de Jonathan Davis e seu já veterano Korn. Com uma excelente apresentação, a banda deixou os ouvidos dos muitos presentes na casa de shows paulistana zunindo de tão altos e poderosos que eram os graves.
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Com um set sem surpresas e recheado de hits, a banda não fugiu muito do repertório que vinha usando em sua turnê latino-americana, fazendo praticamente faixa-a-faixa a lista de músicas que formou o show de sua recente passagem pela hermana Argentina.
Davis segue com a garganta afiada de sempre, ajudado pelo que parecia uma bela dose de oxigênio via máscara de inalação nos intervalos das músicas. Mesmo assim, seu alcance é de assustar quando encara os clássicos Falling Away From Me, Coming Undone (que, por sinal, teve uma caída arrepiante para We Will Rock You do Queen) e Freak on a Leash.
Agora, é preciso dizer que essa divisão pista/pista VIP é absurda dentro de espaços como o Credicard Hall. Afinal, o cidadão que quer ver a banda mais de perto pagou R$ 300 neste show e ficou mais espremido do que se tivesse pago os R$ 180 da pista normal, onde estaria muito mais confortável e apenas uns oito metros para trás do “lugar mais privilegiado”.
Esse tipo de divisão de pista funciona justa e maravilhosamente em eventos maiores, como shows em estádios e espaços abertos como a Chácara do Jóquei, por exemplo. Mas dobrar o valor do ingresso das pessoas para uma pista VIP como essa de hoje é completamente descabido.
Voltando ao show, cujos graves intensos não se comparam a nenhuma outra banda de rock hoje, o Korn mostrou porque chegou a ser a maior banda de música pesada em atividade no planeta. Especialmente quando passou pelos petardos Dead Bodies Everywhere, Good God e a épica Blind, que fechou a primeira parte do show levando todo o público presente ao extase.
Alto, muito alto, frenético, barulhento, perturbador… Eu já disse que estava alto? Enfim, se não fosse pelos dreads balançando no palco e pelo exército de camisas pretas na platéia, dava até pra dizer que o produtor eletrônico Goldie, famoso por seus inigualáveis graves, tinha passado por lá acompanhado de uma bateria de escola de samba.
A pauleira só acabou depois do bis, que teve direito a gaita de fole e tudo na música Shoots and Ladders, para delírio dos fãs da primeira e saudosa fase da banda. Um show daqueles pra se lembrar dos motivos pelos quais o Korn fez escola no universo do metal.