Mais importante do que a criação de “superatletas”, as principais evoluções conquistadas pelas Ciências do Esporte, nos últimos anos, foram o aumento da longevidade dos esportistas e, em especial, de sua segurança, com a prevenção de lesões. A afirmação é do ortopedista especialista em traumatologia, Sérgio Xavier, médico que acompanhou a seleção de vôlei campeã nas Olimpíadas de Barcelona.

Xavier é um dos palestrantes convidados do Simpósio de Traumatologia e Reabilitação no Esporte, que será realizado pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE) entre os dias 24 e 27 de maio, no campus Vergueiro. O evento tem o objetivo de reunir pesquisadores, profissionais, estudantes, esportistas e interessados em geral. Serão quatro dias de discussões sobre questões relacionadas à prática esportiva e à atividade física, assim como à temática da medicina esportiva.

Para o diretor do programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação e do Departamento de Pesquisa da UNINOVE, João Carlos Ferrari Corrêa, o simpósio ocorre em sintonia com o momento e as demandas atuais da sociedade.

“A ampla divulgação de apelos pela melhoria da qualidade de vida, apresenta, usualmente, pessoas de todas as idades em atividades físicas ou mesmo no exercício de alguma modalidade esportiva. O binômio ‘vida saudável e atividades físicas’, recomendado para todos, não se faz acompanhar, muitas vezes, das orientações necessárias à implementação dessas atividades, mesmo as esportivas”, comenta.

Técnicas e pesquisas

Corrêa frisa que lesões e outros problemas demandam a atenção de profissionais atualizados da medicina esportiva e de áreas afins, que estejam prontos a intervir com procedimentos, técnicas e materiais mais recentes e validados pela comunidade científica.

“O objetivo do simpósio é agregar profissionais e informações da melhor qualidade, que possam contribuir na orientação das pessoas para que essas práticas físicas e desportivas ocorram dentro de parâmetros saudáveis, com atenção às especificidades dos movimentos e das modalidades praticadas, além de estarem aptos à adoção de procedimentos terapêuticos eficazes, que assegurem a melhor reinserção do indivíduo a sua rotina”, completa o diretor do programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação da UNINOVE.

Atual médico do time masculino de vôlei do SESI-SP, Sérgio Xavier avalia que os atletas do século XXI são amparados por técnicas e estudos que permitem melhora significativa em sua performance, além de evitarem problemas que os tirem de competições.

“Isso é possível por testes de aptidão e detecção de talentos que os colocam no esporte mais adequado, onde possam ter maior rendimento. Por exemplo, com testes para verificar a porcentagem de fibras musculares de contração rápida e também estudos genéticos”, diz. Com pesquisas nas áreas de traumatologia e medicina esportiva, especialistas são capazes de diagnosticar lesões – ou até futuros problemas – de forma mais precoce e precisa. No cenário atual, o médico aponta ainda que as lesões por sobrecarga, ou “overuse”, são as mais comuns em atletas de competições mais rigorosas, como ultramaratonas e triatlos, entre outras.


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Ciências do esporte possibilitam maior segurança para atletas