A geografia do futebol é cruel. Ásia e África, mais uma vez, ficam de fora da semifinal da Copa do Mundo. Nas Américas, apenas a do Sul com o Uruguai. Poderia ter sido bem diferente. Três seleções sul-americanas ficaram pelo caminho.
Algumas perguntas precisam ser feitas. Quanto tempo ainda vamos esperar para ver a evolução desses dois continentes (asiático e africano)? Quanto tempo vai levar para vermos um sul-americano ou das outras Américas, sem que seja o Brasil, campeão?
Holanda x Uruguai
A chance de o Uruguai ser tricampeão é real. Esse grupo de jogadores já fez história, levando a Celeste a uma semi depois de 40 anos. Lugano, Muslera, Perez, Luis Suares, Abreu, Forlán devem ser reverenciados pelos uruguaios. E serão. Crédito para o excelente trabalho do técnico Oscar Tabarez.
Antes da França em 1998, apenas a Argentina, quando foi sede, vinte anos antes entrou para o seleto grupo de campeões.
Foram cinco longas Copas sem um intruso. 12 anos depois da “façanha” francesa, outros dois (Holanda e Espanha) se atrevem a desafiar a força alemã.
Os resultados mundiais da Holanda são mais sólidos: conseguiu revelar jogadores de habilidade, agrupar atletas que não se suportavam e mudar completamente sua maneira de atuar. Não é por acaso que já são vinte e quatro jogos sem perder.
É um time que calcula os riscos, mas que tem muito poder de fogo. Sempre que precisou, foi letal. Até parece a Alemanha de outros tempos. Uma eventual final entre os dois chamaria atenção pela manchete dos jornais: Carrossel alemão contra pragmatismo Holandês. Que ironia.
Espanha x Alemanha
A Espanha, apesar de todo investimento e da força de seus clubes, jamais tinha alcançado uma fase semifinal.
Chegou com muitas dificuldades e sem convencer. Mas vem para a decisão com histórico. Não apenas pela conquista da Eurocopa, mas pelo adversário que teve na final, a mesma Alemanha.
A segunda posição do ranking da FIFA pouco importa. TODOS os principais jogadores da “Fúria” jogaram muito abaixo do que podem. O problema parece não estar no esquema montado pelo técnico. Vicente Del Bosque já pensa em sacar Fernando Torres e reforçar o meio de campo com Fábregas.
Os espanhóis sabem que terão de valorizar a posse de bola contra a seleção que tem jogado o melhor futebol do Mundial.
Já a Alemanha quer um tetracampeonato para a história. Diferentemente de 1954, 74 e 90, os comandados de Joachim Löw encantam, jogam com muita movimentação e são jovens.
É uma geração promissora. Importante: não há volantes de ofício, Khedira e Schweinsteiger marcam e saem para o jogo com muita facilidade. Estão entre os melhores da Copa.
Dois campeões do mundo contra dois promissores candidatos. Parece fácil apontar a Alemanha como favorita. Só parece.
Apesar de algumas surpresas, não tivemos nenhuma grande zebra.
Seja qual for o resultado das semi ou finais, por mais que se possa questionar, nenhum poderá ser creditado ao animal que é facilmente encontrado nas savanas africanas.
Colaboração: Raphael Prates
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