Luiz Antônio Wenker de Menezes, o Mano Menezes, é um profissional completo e dedicado, presente desde 2005, quando assumiu o Grêmio, em bancos submetidos a muita pressão, e aceitou o convite da seleção com ar frio, sem se deixar intimidar por ser a segunda opção da CBF nem pelo fantasma de um novo ‘Maracanazo’ em 2014.
Esse homem sereno e impassível promete que não tremerá para apagar a lembrança da fatídica final do Mundial de 1950 que o Brasil perdeu em casa para o Uruguai, que perdura na lembrança nacional apesar das cinco estrelas bordadas na ‘Amarelinha’.
O zelo profissional, a entrega e o compromisso de Mano podem ser ilustrados com a atitude que teve na última rodada do Brasileirão 2007, quando treinava o Grêmio e não teve pena do Corinthians, com quem já teria um acordo, ao empatar com a equipe paulista e decretar seu rebaixamento.
Naquele dia, mandou os gremistas atacarem com tudo para ainda tentar conseguir uma vaga na Taça Libertadores, o que acabou nem acontecendo. Obteve um empate 1 a 1 que foi insuficiente para as aspirações do time gaúcho, mas condenou ao descenso um Corinthians ao qual se uniria na mesma semana.
Depois, não fugiu do desafio de devolver o Timão à elite do futebol brasileiro, já que já tinha feito o mesmo com o próprio Grêmio, com quem saiu da Série B em 2005 para a final da Libertadores em 2007.
Esses episódios mostram a garra e a competitividade que marcam as equipes de Mano, um perfil que claramente era buscado pela CBF para a seleção, que antes do treinador do Corinthians, conversou com o técnico do Fluminense, Muricy Ramalho.
Oriundo de Passo do Sobrado, no Rio Grande do Sul, e fiel representante da rígida escola de técnicos do sul do país, Mano não é bem um profissional que monta equipes superofensivas. Com ele no cargo, a consistência defensiva, a ordem e a disciplina continuarão sendo os emblemas da seleção nos próximos quatro anos.
Isso, no entanto, não implica que o técnico irá seguir os passos de seu conterrâneo e antecessor, Dunga, que na opinião de muitos deixou de lado o futebol arte, já que é um estudioso do futebol, que sabe explorar o talento de seus jogadores, entender os adversários e adaptar a tática durante as partidas.
Formado em Educação Física, prepara suas táticas até a exaustão em longas concentrações. “Não acredito em sorte, e sim em trabalho” é uma frase que foi dita por ele e que resume seu pensamento.
É aberto e conversa muito com seus comandados, mas gosta que respeitem a hierarquia, não tolera indisciplinas nem concede privilégios, nem sequer ao multicampeão e fenômeno Ronaldo.
Com relação ao tratamento com os torcedores, é atento, próximo e moderno. Foi um dos primeiros técnicos do país a abrir uma conta no microblog Twitter, em que escreve diariamente e é seguido por mais de 1,4 milhão de pessoas.
Em seu currículo, aparecem poucas equipes, o que representa mais uma virtude, já que mostra que Mano cumpre seus contratos e não dá motivos para demissão no meio de um projeto.
Além de Corinthians e Grêmio, treinou Guarani-RS, Brasil de Pelotas, Iraty, 15 de Novembro de Campo Bom – com o qual chegou às semifinais da Copa do Brasil – e Caxias.
Profissional desde 1997, venceu três Campeonatos Gaúchos (2002, 2006 e 2007), um Campeonato Paulista (2009), duas vezes a Série B (2005 e 2008) e uma Copa do Brasil (2009).