O Comício para Restaurar o Bom Senso, convocado pelo apresentador Jon Stewart, reuniu ontem milhares de pessoas em Washington, que responderam ao convite do comediante perante a situação política no país. O evento chega na reta final da campanha para as eleições legislativas de 2 de novembro, que esteve marcada por todo tipo de ataque.
A manifestação, realizada no National Mall, amplo espaço a céu aberto no centro administrativo de Washington, DC, conta também com a presença do humorista Stephen Colbert, colega de Stewart no canal de televisão Comedy Central.
Colbert havia convocado a manifestação satírica Marcha para Manter Vivo o Medo. Dessa forma, os comediantes se juntaram e batizaram a jornada de Comício para Restaurar o Bom Senso ou o Medo.
A jornada começou oficialmente às 12h hora local (14h no horário de Brasília) com várias apresentações musicais. Stewart apareceu no palco imediatamente uma hora depois do hino americano. “Vejo que há mais de dez milhões de pessoas”, brincou o apresentador de 47 anos.
Minutos depois Colbert apareceu em um telão, “preso” em uma caverna, e assegurou que não se atrevia a sair porque tinha “medo”.
“Estou atado ao meu medo”, disse o humorista, que apareceu pouco depois no palco propulsado por uma espécie de cápsula e vestido de super-herói com as cores da bandeira americana.
Colbert saiu de sua caverna gritando Chi, Chi, Chi, Le, Le, Le, em referência aos mineradores resgatados recentemente no Chile que permaneceram soterrados por mais de dois meses a 700 metros de profundidade.
A convocação de hoje é uma resposta a uma organizada em agosto pela estrela do canal de televisão conservador Fox News, Glenn Beck, que atraiu a direita mais radical do país, entre eles muitos membros do ultraconservador Tea Party.
Stewart lidera a lista dos 49 homens mais influentes dos EUA, segundo a enquete anual realizada com 500 mil leitores do site AskMen., que coloca o presidente dos EUA, Barack Obama, em 21º lugar.
O comediante é o apresentador do programa Daily Show, que começou a ser exibido em 1996 como uma sátira da cultura pop pelas mãos de Craig Kilborn. Stewart o substituiu em 1999 e conseguiu disparar a audiência ao se concentrar na situação política do país.