O lutador Thiago Silva pode ter complicado bastante seu futuro dentro do maior evento de lutas marciais mistas do mundo, o UFC. O brasileiro foi suspenso preventivamente pela Comissão Atlética do Estado de Nevada por alteração em seu exame antidoping.

Quem confirmou a fraude foi o diretor-executivo da Comissão Atlética, Keith Kizer, que teve acesso às amostras de urina e afirmou que elas não são compatíveis com as de seres humanos.

Os exames se referem ao combate contra o norte-americano Brendon Vera, no UFC 125, onde Thiago Silva venceu. Com essa situação, a luta entre os dois pode passar para No Contest (sem resultado).

A decisão final sobre o futuro do brasileiro será dada no dia 7 de abril. Thiago também está fora do UFC 130, em Las Vegas, onde iria enfrentar Quinton “Rampage” Jackson.

Comunicado oficial

Thiago Silva emitiu um comunicado oficial no fim de tarde desta quarta-feira onde admitiu ter usado substâncias proibidas pela Comissão Atlética de Nevada. De acordo com o lutador, a escolha por fazer uso das substâncias foi tomada apenas por ele e ninguém mais sabia disso. Veja o comunicado na íntegra:

“Nós tomamos decisões todos os dias de nossas vidas. Algumas são boas e outras ruins. Quando você toma uma decisão errada, você pode tanto piorar a situação ao tentar consertar ou mentir sobre isso ou enfiar sua cabeça na areia e se recusar que isso tenha de fato acontecido. Você também pode admitir o erro com uma explicação honesta, aceitar as consequências de seus atos, pedir desculpas às pessoas afetadas por essa decisão, aprender com isso e seguir em frente. Eu escolhi essa última opção.

Eu utilizei um adulterador de urina quando dei minha amostra após a luta com Brandon Vera. Eu fiz isso na intenção de adulterar os resultados do teste e sabia que estava infringindo as regras da Comissão Atlética de Nevada. Essa foi uma decisão terrível de minha parte pela qual serei punido. Estou preparado para aceitar a punição, aprender com isso e seguir em frente. Eu peço desculpas à comissão, ao UFC, a Brandon Vera e aos fãs de MMA.

Eu também quero explicar as circunstâncias que motivaram essa atitude. Por favor, não interpretem como uma tentativa de justificar minhas atitudes. Eu sei que elas foram erradas e sei que tomei uma decisão ruim e que mereço ser punido. É por isso que comecei meu comunicado admitindo e pedindo desculpas antes de entrar nesses detalhes. Isso não são desculpas, somente uma explicação.

Fui testado cinco vezes no UFC antes da luta com Brandon Vera. Quatro dessas vezes foram somente testes de urina e uma incluiu uma amostra de sangue assim como foi em New Jersey no dia anterior à luta. Eu passei em cada um desses testes. Eu sofri uma séria lesão nas costas pouco antes da luta contra Rashad Evans. Era a grande luta da minha carreira e não iria de jeito nenhum deixar de lutar. Eu lutei e perdi e fiquei fora de combate por um ano, me recuperando disso antes de lutar de novo.

Eu lesionei novamente minhas costas 45 dias antes da luta com Brandon Vera. Depois de ficar um ano sem lutar, eu decidi não recusar a luta. Eu também vi que a única forma de continuar lutando era tomando injeções nas costas que continham substâncias proibidas pela Comissão Atlética de Nevada. Eu também tomei a decisão de usar um produto para ocultar a presença dessas substâncias num teste de urina.

As decisões foram minhas e somente minhas. Eu não compartilhei essa informação com mais ninguém por medo de não me permitirem lutar. Eu com certeza tomei uma decisão terrível. Há pouco eu soube que talvez eu pudesse lutar se eu tivesse falado aberta e honestamente e explicado minha lesão e o tratamento dela antes da luta. Eu também reconheço que ser proibido de lutar como resultado do tratamento seria melhor do que essa bagunça na qual me meti agora.

Novamente, eu tomo toda a responsabilidade por essas decisões que quebraram as regras e por ter tentado burlar o sistema. Eu aceitarei qualquer punição que receber e vou aprender com isso. Eu planejo voltar como uma pessoa e um profissional melhor como resultado disso.”


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Thiago Silva usa material "não-humano" para fraudar exame antidoping do UFC