As caixas-pretas do avião da Air France, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris e que caiu há quase dois anos no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo, chegaram nesta quinta-feira (12) à França para serem analisadas, na tentativa de ter uma explicação das causas do acidente.

As duas caixas-pretas foram apresentadas à imprensa pouco após serem encontradas, o que aumentou as esperanças de se compreender as causas do acidente.

Especialistas do Escritório de Investigação e Análise (BEA) iniciarão a análise das caixas-pretas, mas ainda não se sabe seus dados continuam preservados após quase dois anos a 3,9 mil metros de profundidade.

Seu aspecto exterior é bom, o que prova que resistiram à queda no oceano, mas o BEA prefere esperar antes de revelar se elas foram preservadas após ficarem por tanto tempo no mar, conforme afirmou o diretor do organismo, Jean-Paul Troadec.

Os dados das caixas-pretas, comparados aos obtidos até agora e aos que ainda serão obtidos através da análise do resto de peças remontadas – entre elas os dois motores – podem ajudar a esclarecer o acidente que, em 1º de junho de 2009, causou a morte das 228 pessoas que estavam a bordo do Airbus A330 AF447 da Air France, sendo 59 brasileiros.

Até agora, a única explicação antecipada pelo BEA aponta para um problema nas sondas de medição de velocidade devido ao gelo, mas essa hipótese não esclarece todas as circunstâncias do acidente.

Além das caixas-pretas, foram remontados dois motores e, nas próximas horas, as equipes tentarão emergir a cabine da aeronave.

Em paralelo às pesquisas do BEA, a Procuradoria francesa supervisiona os trabalhos, já que há uma investigação judicial aberta na qual a Air France e a Airbus são processadas por homicídio involuntário.


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Caixas-pretas do voo 447 chegam a Paris para serem analisadas