O Canadá começou a preparar o terreno para a aguardada visita do príncipe William e da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, marcada para o fim de junho, com uma exposição de vestidos usados pela falecida princesa Diana que serão posteriormente leiloados em Toronto.
No Canadá, a monarquia britânica é um dos principais símbolos de identidade que distancia o país dos Estados Unidos desde a guerra da independência americana, no século 18, quando os territórios canadenses se transformaram em refúgio dos leais ao império britânico.
Desde então, o Canadá se manteve fiel à coroa britânica e ainda hoje, o Chefe do Estado canadense é, nominalmente, o monarca britânico, neste caso a rainha Elizabeth II.
Samantha Sannella, diretora do Design Exchange de Toronto, onde os 14 vestidos de gala da princesa Diana estão expostos até 10 de junho, declarou à Agência Efe que a quantidade de visitantes atraídos pela mostra é prova da força da monarquia no Canadá.
“Canadá continua sendo um país que adora a monarquia, a Chefe de Estado (do Canadá) continua sendo a rainha e acho que temos muitos entusiastas britânicos entre nós” explicou Samantha.
A família real britânica corresponde periodicamente à lealdade canadense e todo ano, o país recebe pelo menos uma visita de um membro da Casa de Windsor. No ano passado, por exemplo, foi a própria rainha Elizabeth II que viajou ao país, numa visita de nove dias, enquanto no ano anterior, foi a vez do príncipe Charles e sua esposa, Camilla, a duquesa de Cornualha.
Neste ano, o príncipe William e sua esposa, Catherine, agora duquesa de Cambridge, seguirão a tradição e, em sua primeira viagem oficial ao exterior desde seu casamento em abril, visitarão diversas províncias canadenses entre os dias 30 de junho e 8 de julho.
Por sua vez, o país está eufórico com a visita e emitiu selos e moedas em homenagem ao casamento do príncipe William e Catherine, enquanto finaliza os últimos preparativos para a visita do casal.
A atual proprietária dos 14 vestidos expostos no Design Exchange de Toronto, a empresária americana Maureen Rorech Dunkel, está consciente do impacto da monarquia britânica no Canadá e espera que isso ajude nas vendas.
“A investidora pensou que era um bom momento para leiloá-los dado o entusiasmo em volta da família real graças ao casamento do príncipe William e Catherine Middleton” explicou Samantha.
A venda será realizada em Toronto em 23 de junho na casa de leilões Waddington, quase 14 anos após o leilão original na famosa casa Christie’s de Nova York quando Lady Di se desfez de 79 vestidos para arrecadar fundos para projetos beneficentes.
“A ideia deste maravilhoso leilão surgiu de uma só pessoa, nosso filho William”, declarou então a princesa Diana.
O evento, que reuniu 1,1 mil interessados e 220 jornalistas, foi chamado de “A venda do século” e arrecadou mais de US$ 5 milhões para a luta contra a aids e o câncer e de apoio à infância.
Maureen adquiriu nesse leilão 14 vestidos como forma de investimento, pensando que a proprietária original dessa roupa era a futura mãe do rei da Grã-Bretanha, mas oito meses depois, Lady Di morreu em um trágico acidente de trânsito em Paris e a investidora decidiu montar uma exposição itinerante, “Diana, a princesa do povo”, com essas peças.
Desde então, a mostra percorreu dezenas de países em todo o mundo, despertando a curiosidade de milhares de pessoas.
A coleção inclui o famoso vestido azul escuro desenhado por Victor Edelstein, que a princesa usava quando dançou com John Travolta durante um jantar na Casa Branca em 1985, cena que o próprio ator classificou como “um conto de fadas”.
Para muitos, esse vestido é a principal peça da coleção, mas Samantha tem sua própria preferência: o vestido de seda desenhado por Catherine Walker, que a princesa Diana usou durante sua primeira aparição em público após seu divórcio do príncipe Charles, em um evento beneficente em favor da luta contra o câncer de mama realizado em Washington.
“É uma parte muito interessante de sua vida já que passou de uma princesa muito criticada a uma pessoa que teve de reinventar-se após o divórcio” concluiu.