O deputado uruguaio Jorge Gandini apresentará nesta quinta-feira um projeto de lei para mudar a data do pleito no qual os partidos escolherão seus candidatos para as eleições gerais de 2014, porque coincide com a Copa do Mundo que será realizada no Brasil, informou à Agência Efe o promotor da iniciativa.
“É um projeto repleto de bom senso e lógica pura. Não podemos colocar as eleições internas para concorrer com um Mundial que fica aqui ao lado”, afirmou o legislador, do opositor Partido Nacional.
Segundo o documento elaborado por Gandini, “o futebol e a política são, sem dúvida, duas das paixões que unem e mobilizam todos os uruguaios. Por isso, não parece sensato nem conveniente colocá-las em conflito”.
O plano é voltar ao cronograma de votação fixado pela reforma eleitoral que em 1996 obrigou os partidos a realizar pleitos internos para escolher candidatos, com o objetivo de que nas eleições gerais houvesse um único postulante por agrupamento.
A reforma estabeleceu que essas votações devem acontecer sempre no último domingo de abril, condição que foi cumprida em 1999, mas abandonada em 2004 e 2009 porque outra lei deslocou o sufrágio ao último domingo de junho.
Caso seja mantida essa última modificação, as eleições internas em 2014 serão realizadas no dia 29 de junho, no decorrer da Copa, justamente o que Gandini quer evitar.
“O Uruguai estará muito envolvido no Mundial, porque é aqui ao lado. O país estará parado, as pessoas, os militantes dos partidos”, advertiu o parlamentar, preocupado também porque “até o minuto de publicidade na televisão custará uma fortuna”.
Gandini lembrou que na Copa de 2010, no qual a seleção local alcançou as semifinais e terminou no quarto lugar, o país parava para assistir.
O deputado também admitiu que durante a Copa América, no mês que vem, o Parlamento registrará alguns dias de um notável queda nas atividades.
“Qualquer um de nós tem marcados os dias que a seleção joga, porque qualquer atividade feita nesse dia fracassa”, disse, Gandini, que rechaçou o rótulo de fanático: “nós, políticos, somos seres humanos como quaisquer outros”.
Por fim, ao ser lembrado que há o risco de a ‘Celeste Olímpica’ ir mal nas Eliminatórias e não se classificar para a competição no Brasil, o parlamentar afirmou que essa possibilidade não o preocupa.
“Apresentar o projeto (para adiamento do pleito) agora é também um ato de fé”, declarou.
