O Comitê Executivo da Associação do Futebol Argentino (AFA) acordou nesta segunda-feira um projeto, que deverá ser analisado em outubro pela Assembleia Ordinária da federação, para modificar o campeonato local com a fusão entre as 40 equipes da primeira e da segunda divisões.

O porta-voz da AFA, Ernesto Cherquis Bialo, informou que os líderes do futebol argentino alcançaram um “amplo consenso” para a confecção deste novo torneio, “que basicamente consiste em uma fusão entre a Primeira Divisão e o Nacional B”.

Com 22 votos a favor, quatro abstenções (Guillermo Lorente, presidente do Newell’s, Julio Baldomar (vice-presidente de futebol do Vélez), Pablo Podestá (vice-presidente do Racing) e Roberto Bugallo (presidente de All Boys), e uma ausência (Alfredo Dagna, presidente de Olimpo, de Bahía Blanca), o Comitê Executivo aprovou o anteprojeto que, se for aprovado pela Assembleia Ordinária da AFA em 18 de outubro, irá mudar a forma como são disputados os campeonatos nacionais, entrando em vigor a partir de agosto de 2012.

Bialo afirmou que este novo campeonato tem um sentido “profundamente federal”, já que permitiria às equipes do interior jogar a Primeira Divisão.

O porta-voz esclareceu ainda que os quatro clubes na tabela desceriam de forma direta, o que eliminaria o sistema de promoções que rege atualmente no futebol local.

O novo torneio que, a princípio, contaria com 38 equipes, sendo 20 clubes da Primeira Divisão, 16 da B Nacional, e também os Campeões da Primeira B e do Argentino A (terceira e quarta divisões), seria dividido em cinco zonas regionais com os quatro melhores de cada uma delas se classificando para a disputa do título e a classificação à Taça Libertadores.

Os 18 clubes restantes disputariam um certame paralelo que decidiria tanto os classificados à Copa Sul-Americana quanto os rebaixados, que seriam os quatro piores, algo que lembra vagamente o esquema “Taça de Ouro/Taça de Prata” que foi usado no Brasil nos anos 80.

O sistema, a bem da verdade, vem para suprir tanto os desejos do Governo, que está entrando em período eleitoral e é dono dos direitos de transmissão, quanto os dos dirigentes locais, uma vez que funciona como uma espécie de compensação pela queda do River Plate, um dos clubes mais populares do futebol argentino que está na segunda divisão. Nas redes sociais, o plano ganhou o apelido de “Acesso para Todos”, corruptela do “Futebol para Todos”, programa estatal que levou os jogos do campeonato local à TV aberta.

Além disso, será criada a AFA TV, emissora estatal comandada por por Horacio Gennari, ex- integrante do Comitê Organizador da Copa América, que transmitirá todas as partidas do torneio.


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