Cantora Tiê participa de campanha publicitária inusitada


Créditos: reproducao

A cantora paulistana Tiê não tem muito tempo de carreira (o primeiro disco Sweet Jardim foi lançado em 2009), mas já arrebanhou um séquito considerável de fãs. Sua interpretação sem vocais exagerados, combinada com postura de palco que demonstra um misto de timidez e espontaneidade, cativam facilmente o público – seja nos momentos melancólicos do seu álbum de estreia ou nas canções que beiram a vivacidade folk e country de seu segundo disco, A Coruja e o Coração (2011).

Percebendo esse magnetismo que Tiê exerce, a Lacta resolveu convidá-la para participar da campanha ‘Entregue-se’. A marca planejou uma série de ações que colocam a cantora em uma posição semelhante a uma ‘cobaia de laboratório’ com belas regalias, expondo-a a uma série de experiências que ela depois relata em seu blog dentro do site da Lacta.

Nessa brincadeira, Tiê já fez uma tatuagem, viajou sem saber o destino e compôs uma música com a participação de seus seguidores no Twitter. A letra de Entregue-se foi escrita coletivamente pela internet a partir de uma promoção envolvendo a hashtag #eumeentrego: foram mais de 4 mil sugestões de internautas, mas apenas 25 foram escolhidas para fazer parte da canção. Todos os autores das frases vencedoras ganharam ingressos para o show dela no Rock in Rio, CDs e DVDs.

Em entrevista ao Virgula Música, Tiê contou sobre como foi compor a música em parceria com internautas, sua participação nas experiências propostas pela campanha e os próximos passos da carreira. Acompanhe a entrevista abaixo.


Você está com um blog dentro do site da Lacta para relatar suas impressões sobre o que a marca te propõe a fazer. Como surgiu essa proposta?

Eles criaram essa campanha que se chama ‘Entregue-se’ com umas ações em shoppings e outros lugares. A minha parte envolve desde a criação de uma música até umas experiências pelas quais eu tenho que passar. E eles acharam que o meu perfil fazia sentido para o público que queriam atingir, pela minha idade – nova mas não tão nova, com filha e ao mesmo tempo trabalhando – e eles achavam que eu valia pra esse tipo de ação. E rolou uma entrevista minha pra revista Criativa que no final eu falava que meu mantra era “entregue-se” e quando leram isso pensaram “tem que ser a Tiê mesmo” e me contataram!

Como funciona isso? Você fica sabendo o que vai fazer somente no mesmo dia da atividade?

Exatamente, tem ações que eu fico sabendo de última hora! Teve essa última, chamada Primeiro Destino na qual eu viajei e não sabia para onde iria, era escolher o primeiro vôo da tela de embarque do aeroporto e ir. E é divertido, a Lacta tá me proporcionando coisas que eu não faria sozinha, então estou aceitando isso como um desafio. Eu tô animada, tenho me divertido muito! Mesmo a música foi uma ação superlegal porque fazer uma música com 25 tweets não é fácil e eu fiquei com uma pequena dificuldade para fazer, porque as frases não eram excelentes e muitas eram parecidas… Mas tinham outras bem legais e costurei tudo e fiz a música. Então foi uma experiência boa, eu gosto desses desafios mesmo… Acho que vale!


Até o momento, qual foi a melhor experiência? E a mais chatinha?

Nossa, com essa da viagem para Buenos Aires eu fiquei bastante ansiosa porque não sabia para onde iria! Esta eles me avisaram com um dia de antecedência porque eu tinha que arrumar malas, mas aí deixei pra fazer tudo em cima da hora. Foi difícil porque eu tinha de montar a mala sem saber se estaria frio ou calor, tive até insônia na noite anterior à viagem. Mas deu tudo certo, adoro Buenos Aires. Como foi tudo assim meio impulsivo, cheguei lá, peguei um mapa e fui fazendo um roteiro enquanto caminhava. Acho que até agora a ação menos desafiadora deve ter sido a do shopping, que eu fiquei vendada e tive que passar por umas sensações como massagens, cheiros, provar uns chocolates… Na verdade não é que foi chatinha, só achei a mais fácil!

Você teve que fazer uma tatuagem também. Você que escolheu o desenho, certo? Eles não te pediram pra tatuar o logo da Lacta?

Não (risos)! Eu falei que se fosse o logo eu teria que cobrar mais caro (risos)! Como esta não foi a primeira tatuagem que fiz, então não vi problema em fazer, até porque eu poderia escolher o desenho. Escolhi algo que foi importante pra mim, que é o passarinho da capa do meu primeiro disco. Foi uma maneira de me marcar ainda mais com esse álbum.

Em relação aos seus discos, no segundo você desenvolveu mais a faceta de intérprete. Você pretende gravar mais músicas de outros compositores no próximo disco?

Não descarto essa possibilidade. Quando eu estava fazendo o segundo disco, não vi problema em colocar três ou quatro músicas de outros compositores que são meus amigos e admiro porque são bons. Quando coloquei a versão de Você Não Vale Nada Mas Eu gosto de Você foi mais como uma brincadeira, nasceu quase como uma paródia, mas todos que ouviram gostaram e acabei incluindo no disco. Mas para o próximo ainda não sei qual caminho vou tomar, estou pensando mais nos shows atualmente. Eu tenho só comecinhos de músicas, ideias que não devo terminar enquanto ainda estiver em turnê. Gosto de parar um pouco pra fazer as coisas, não gosto de compor no meio dessa correria de agenda de shows.



Então é meio cedo para saber como vai soar o novo disco? Você pensa em fazer algo intimista como o primeiro ou vai ser com banda como no segundo, numa pegada mais ‘alegre’?

Não tenho nada pronto ainda, mas acho que o terceiro disco deve misturar um pouco dos dois. Deve ter coisa com banda completa como no A Coruja e o Coração por conta dos arranjos, assim como pode ter músicas mais simples como no Sweet Jardim. Mas é difícil falar sobre o que vou fazer, porque meus trabalhos são autobiográficos e acho que ainda estou vivendo sobre o que vou escrever para o próximo disco.

No último disco você gravou uma música (“Perto e Distante”) com participação do Jorge Drexler. Agora vai tocar no Rock in Rio no Palco Sunset com ele. Como vai ser isso?

Olha, na verdade quando ele participou do disco infelizmente a gente nem se encontrou pessoalmente! Outras pessoas sugeriram o contato, foi o pessoal da gravadora, e as assessorias intermediaram. Foi tudo eletrônico. Mas achei que era uma boa coisa e que encaixava bem na música, então não tive nenhum problema quanto a isso, pelo contrário. Agora por conta da apresentação no Rock in Rio que vamos nos encontrar de verdade pela primeira vez e acho que vai ser muito legal, tem tudo para ser um ótimo show.




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