Centenas de uruguaios, de diferentes idades, gêneros e classes sociais, se beijaram nesta sexta-feira (13) em uma praça do centro de Montevidéu para pedir “nada mais que paz e amor para o mundo”.
Desafiando a gélida noite do inverno uruguaio, os manifestantes se concentraram na Praça Líber Seregni e dançaram, beberam, conversaram e, é claro, praticaram seu “beijaço”.
Fernando Tetes, um dos organizadores da manifestação, explicou que a iniciativa surgiu no ano passado como forma de apoiar um casal homossexual que foi expulso de um bar da cidade por beijar-se.
“As pessoas foram e se beijaram em frente ao local, como mostra de repúdio”, explicou o jornalista.
Neste ano, a “ideia foi apenas reunir-se e seguir nos manifestando a favor da paz e do amor. Não há nada mais por trás, não há partidos, não há organizações, não há coletivos. Não havia a ideia de pedir nada mais, só paz e amor com beijos”.
Tetes aproveitou a ocasião para protestar pelas palavras da reitora da Universidade de Montevidéu, uma instituição privada vinculada à Opus Dei, Mercedes Rovira, que na quinta-feira disse em entrevista que o homossexualismo é uma “anomalia” que justificaria a não aceitação de gays como professores da instituição.
“A reitora disse isso e disse ainda que os homossexuais eram anormais como um trevo de quatro folhas. Portanto, também decidimos repudiar isso e entregamos desenhos de trevos a todos que quiseram. Após os beijos, pensamos ir à universidade e deixar ali essas ‘anomalias'”, explicou Tetes.