Cada vez mais jovens japoneses com idades entre 20 e 30 anos se preocupam em cuidar meticulosamente de sua imagem e, conhecidos como os “kireo”, formam uma nova tendência estética que procura a perfeição através de cremes, tratamentos e muito estilo.

O “kireo” é o novo homem atraente, termo que provém da palavra “kirei”, que se traduz como belo ou bonito, para definir os novos jovens urbanos elegantes, de sobrancelhas depiladas, pele perfeita, penteado milimetricamente arrumado e devidamente perfumados.

Segundo dados oficiais, em 2011, os homens japoneses de até 34 anos gastaram uma média de 11 mil ienes (US$ 136) em produtos de beleza, 33% a mais que em 2010, o que ressalta o aumento do interesse pela estética.

A tendência no Japão foi acompanhada por todo tipo de produtos e novos serviços para homens, desde salões de beleza especializados na estética masculina, cremes para rosto e cabelo, máquinas de barbear para os pelos do corpo e diversas máscaras revitalizantes.

O “kireo”, afastado da estética uniforme e longe do homem tradicional de negócios japonês, considera que a beleza torna as pessoas mais atraentes e interessantes, embora sua busca seja também vista como uma tentativa de se reafirmar em uma sociedade marcada pela solidão e individualismo.

Um porta-voz da empresa japonesa Shiseido, uma das principais do setor, explicou que na atualidade 90% do mercado de cosmético no Japão é voltado para as mulheres, mas os produtos para homens é um segmento “com um grande potencial”.

A companhia lançou no ano 2003 na Europa seus primeiros produtos dirigidos a homens, principalmente loções capilares e cremes pós-barba. Já em 2004, introduziu esses itens no Japão, onde cresceram a um ritmo de mais de 10% anual.

De acordo com o porta-voz, o segredo para a venda destes produtos é colocá-los na área de roupa, “já que na de cosméticos é complicado que eles entrem”.

Segundo um estudo realizado no ano passado entre diversos jovens de Tóquio, pelo instituto de beleza Beauty World Soken e divulgado pela agência local “Kyodo”, 37% dos entrevistados entre 25 e 29 anos garantiram se sentir “interessados” nos cuidados para o corpo e centros de estética.

Dentre eles, 18% admitiu se olhar frequentemente nos guichês do metrô para comprovar seu aspecto, cuja estética é, em muitos casos, como a dos modelos e ídolos de pop japonês, de aspecto infantil e afeminado. Já na categoria de homens entre 30 e 34 anos o interesse pela beleza cai ligeiramente até 28%, enquanto entre os de 45 a 49 anos mal alcançava 17%.

Para os fabricantes de eletrônica e tecnologia japoneses, o fenômeno não passou despercebido e algumas empresas como a Panasonic, se voltaram a este mercado após descobrir que produtos como a popular chapinha, idealizado para mulheres, era adquirido em 30% dos casos por homens.

Este ano a companhia lançou modelos de utensílios de beleza específicos para homens, com os quais espera aumentar suas vendas em 2012, 1,5 vez mais. Além disso, nas pequenas lojas 24 horas, conhecidas no Japão como “combini”, são vendidos pacotes pequenos de uso diário com cremes, loções e toalhas refrescantes para homens.

Os “kireo” são contemplados no Japão como os novos “ikemen”, um termo utilizado há mais de uma década que provém da palavra “ikeru” (equivalente a ‘legal’), e definia, no Japão, a geração que, ao estilo dos metrossexuais no ocidente, cuidavam da imagem.


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Os "kireo", jovens e bonitos na busca da perfeição, ganham espaço no Japão