O lutador e técnico de MMA do Brasil, Renzo Gracie, surpreendeu seus seguidores do Twitter ao narrar uma luta em tempo real pelo microblog. Entretanto, não era uma luta qualquer. Gracie relatou instantaneamente sua luta contra dois supostos ladrões que o abordaram nesta madrugada, em Nova York.
Renzo descreveu que voltava para casa a pé, quando percebeu que estava sendo seguido por dois homens. Foi quando imaginou que seria assaltado e decidiu fingir que estava bêbado.
“Rua 22 com a 10ª Avenida. Neste momento, dois caras estão me seguindo. Não consigo evitar, estou com um grande sorriso no rosto”.
“Esperando por eles. Será que eles acham mesmo que eu estou bêbado? Eles só podem estar de brincadeira”.
Ele seguiu seu caminho por mais alguns quarteirões, devagar e permitindo a aproximação dos homens propositalmente, aguardando a abordagem.
“Rua 25 com a 10ª avenida. Eles estão ficando mais próximos. Eu parei para tirar uma foto, e eles fingiram que estavam olhando para a janela. Não posso mentir, meu sangue está correndo de um jeito diferente. Cara, como eu sinto falta do Brasil. Jiu-jítsu, nunca saia de casa sem ele”.
O lutador então pediu para que os seguidores aguardassem alguns momentos. “Já volto”.
Quando voltou, afirmou que os homens se aproximaram e pediram um cigarro.
“Não pude ajudar, mas mantive o sorriso no rosto. Não fumo. Fingi cambalear e eles sorriram”.
Nas próximas palavras, Gracie já havia sido abordado. Ainda lamentou o fato de não ter conseguido pegar um dos ladrões, que saiu correndo, enquanto ele dominava o outro que ficou no chão e conversava com o lutador.
“Minhas mãos estão doendo… Não posso evitar olhar para ele enquanto o outro sai correndo, não é muito amigo. Frango. Ainda consigo vê-lo, ele olha para trás enquanto corre, sem chance de alcançá-lo. Eu percebi o quão lento estava”.
Imobilizado, o ladrão acaba recuando.
“O outro me pergunta por que fiz isso, fingindo ser idiota. Um pequeno chute na costela o fez chorar e pedir desculpas, enquanto escrevo isso”.
“Perguntei se ele estava querendo me roubar, ele disse que não, que só queria um cigarro”.
“Não pude evitar, tirei uma foto enquanto o seu nariz sangra e ele chora, perguntando por que eu fiz isso. Como se ele não soubesse o motivo”.
“Minhas mãos doem muito, doem como o inferno”.
“Andei por mais duas quadras. O outro cara desapareceu, estou indo para casa. Chateado por não encontrar o segundo cara. Acho que não vou conseguir dormir hoje”.
Foi então que Gracie encontrou o outro assaltante. Partiu para cima dele e narrou também seu sucesso.
“Sabia… Yes!”.
“Há coisas básicas, como não voltar onde o problema estava. Você simplesmente não volta, eu sabia que ele voltaria, dar uma volta na quadra seria suficiente… Idiota. Eu acabei de dar um estrangulamento no velho estilo, faz muito tempo desde o último que dei… O estrangulei três vezes”.
“E antes de ele acordar, acertei cada olho pelo menos duas vezes. Amanhã ele vai acordar igual um texugo. E em cada vez que ele acordou, eu sussurrei em seus ouvidos: é assim que você se sente quando morre. Não faça isso de novo. Minhas mãos doem, muito”.
“Na próxima vez utilizarei os cotovelos. Cara, como senti falta desse sentimento. Às vezes eu penso se a vida tranquila está me deixando bonzinho… Todos esses anos no Brasil, sem saber se eu conseguiria chegar em casa para contar a história, eu não minto, iria tomar um táxi. Mas não pude evitar, poderia ter tomado um uma milha atrás, mas andar foi a minha opção. Obrigado ao prefeito Giuliani, ninguém carrega armas aqui”.
