Erik Sprague, o homem lagarto


Créditos: Reprodução/Facebook

John Merrick ficou conhecido como o homem elefante por causa de sua aparência física, enquanto Erik Sprague acabou se transformando no homem lagarto após ter tatuado seu corpo com escamas em tom de verde, cerrado seus dentes e operado sua língua (agora bífida) para se sentir mais “à vontade” com seu corpo.

O homem lagarto (The Lizard Man), que possui apenas seus olhos verdes inalterados, também possui tatuado no peito a palavra “freak” (aberração), nada muito distante de sua realidade.

Tranquilo, afável e educado, Sprague é consciente do interesse que desperta nas pessoas e, por isso, o potencializa se for necessário – rodando sua língua bífida sem parar, por exemplo.

Em entrevista à “Agência Efe”, o homem lagarto se qualificou como “artista”. De fato, este texano de 40 anos se dedica à comédia e ao preparo de espetáculos com espadas, lanças afiadas e, é claro, com a exibição de seu corpo, 70% tatuado na cor verde. Mas, segundo o próprio artista, a intenção e preenchê-lo ao total.

Após uma reflexão de três anos, quando completou 21, Sprague decidiu transformar seu corpo de vez. Nesta época, ele, que estudava filosofia e arte, explica que sua mãe “não ficou tão surpresa e que sua família demonstrou ter uma perspectiva muito positiva” sobre sua transformação.

“Quem me conhece como pessoa e como artista sabe que desde que era criança eu gostava de pintar a pele e meu desenvolvimento foi muito natural e orgânico”, comentou o artista, que faz questão de deixar claro que essa mudança não foi fruto de um impulso e, muito menos, digna de arrependimento.

O “freak” texano justifica sua mudança ao afirmar que gosta “do aspecto dos lagartos”, já que “os répteis simbolizam o poder, desde as histórias do Éden aos dragões”. “Esta foi uma oportunidade de me transformar em um símbolo de poder”, apontou Sprague.

Em relação ao sentimento de poder, o homem lagarto, como artista, afirmou que essa característica nasce do desejo de chamar a atenção de quem olha, mas, principalmente, da “reação surrealista” que sua imagem proporciona. Segundo Sprague, ele queria contribuir com algo “diferente” e “raro” dentro da sociedade.

Dentro das transformações alcançadas pelo o homem lagarto, a mais dolorosa, “sem nenhuma dúvida”, foi os cinco implantes de bolas de teflon que implantou sobre seus supercílios e que reproduzem o inchaço característico dos lagartos nessa parte do corpo.

“Cheguei a vomitar e a ter muitas alucinações”, apontou Sprague ao relatar que a cirurgia foi feita sem anestesia. Os implantes foram feitos por um engenheiro especialista neste tipo de material, autorizado para realizar este tipo de cirurgia, mas, curiosamente, sem licença para administrar uma dose de anestesia.

Sprague, que é casado há nove anos, também apontou que sua esposa também não pediu em nenhum momento para ele desistir dessa transformação.

“Ela me conheceu enquanto eu estava em um palco com um maiô mínimo, exibindo meu corpo e fazendo números com espadas, no qual eu introduzia pontas afiadas na cara e na boca. Acho que eu agradei desde o princípio”, ironizou o artista que é vegetariano porque não gosta “do sabor da carne”. Apesar de se alimentar de “pizza, frutas e cerveja”, os insetos, verdadeiros banquetes dos répteis, também estão presentes em seus espetáculos.

“Eu poderia ganhar muito dinheiro, mas quero o suficiente para ser feliz e, para isso, não preciso de muito”, aponta o homem lagarto, que se nega a quantificar quanto custou esta sua transformação, catalogada no livro Riplay 2012 (Planeta), o qual destaca todos os tipos de curiosidades.


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Homem Lagarto, um "freak" que não se arrepende das transformações alcançadas