As autoridades da república centro-asiática do Tadjiquistão, anunciaram nesta terça-feira a decisão de bloquear o acesso ao Facebook com o argumento de ter recebido várias queixas sobre o conteúdo da rede social.
“Os melhores representantes da sociedade tadjique estão cansados da corrente de porcaria e mentiras presente em diferentes páginas da internet. O Facebook é seguramente a mais famosa de todas”, disse Beg Sujúrov, chefe do Serviço de Comunicações tadjique, em entrevista coletiva.
O funcionário declarou que “gente desconhecida insulta os líderes do Estado”, motivo pelo qual, aparentemente, vários cidadãos locais, entre eles acadêmicos, intelectuais e personalidades culturais, pediram que o Facebook fosse bloqueado.
“Nas últimas horas meu telefone está tocando o tempo todo. Os habitantes da república receberam com alegria a notícia do fechamento da página no Tadjiquistão, e poucos receberam a notícia negativamente”, afirmou Sujúrov.
Apesar de tudo, Sujúrov se disse disposto a dialogar com os diretores do Facebook.
“Esse Facebook tem dono? Pois que venha ao Tadjiquistão. Eu me reuniria com ele”, comentou o chefe de comunicação.
As autoridades do Tadjiquistão, país onde existem pouco mais de 41 mil usuários do Facebook, já haviam bloqueado o acesso entre os dias 2 e 11 de março, mas desde então, o número de pessoas registradas aumentou em mais de 25%.
A esse respeito, o subdiretor do Centro de Estudos Estratégicos adjunto à Presidência tadjique, Saifullo Safarov, assegurou à agência russa “RIA Novosti” que os motivos do bloqueio “são incompreensíveis”.
“Não se deve fechar nenhum site, ainda mais um de caráter internacional. O acesso à rede só pode ser restringido caso se produza uma situação de emergência por segurança da informação”, explicou Safarov.
Já o presidente da Associação de Provedores da internet, Asomuddin Atoev, confirmou que recebeu a ordem de bloquear na segunda-feira o acesso ao Facebook, decisão que qualificou como violação dos direitos dos usuários, e que também prejudica a imagem do país.
Em sinal de protesto, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, postou na rede uma fotografia na qual aparece com um cartaz escrito em tadjique que diz: “Sou o dono deste site”.
Além do Facebook, estão bloqueados os canais de televisão russos “RIA Novosti” e “Rossía 24” e várias outros sites criticando o autoritário regime tadjique, segundo meios de imprensa russos.
O presidente tadjique, Emomalí Rajmón, que dirige o país de maioria muçulmana e que faz fronteira com o Afeganistão há 20 anos, deve tentar a reeleição no próximo ano, tentando permanecer no poder pelo menos até 2020.