Um norte-irlandês com antecedentes de crimes sexuais apresentou um processo legal contra o Facebook para obrigar a rede social a tirar do ar um perfil criado para vigiar as atividades de pedófilos na Irlanda do Norte, confirmaram nesta terça-feira fontes judiciais.
O homem, que não pode ser identificado por razões legais, também solicitou à Suprema Corte de Belfast que o perfil do Facebook, criado sob o título “Mantendo nossas crianças a salvo dos predadores”, não volte a publicar fotografias e detalhes pessoais seus.
O litigante afirmou à instância judicial que, depois de ver sua fotografia na página e de ler os comentários dos usuários, passou a temer por sua vida.
Segundo informou hoje a rede “BBC”, essa pessoa, que afirma ter problemas de saúde, está em regime semiaberto após cumprir em prisão uma sentença por cometer “crimes sexuais”.
Durante a audiência, o juiz instrutor Bernard McCloskey declarou hoje que o litigante diz ter “medo e ansiedade”, enquanto “assegura que notou uma clara mudança na atitude de seus vizinhos”.
Embora a defesa da Facebook Ireland Ltd tenha lembrado hoje que a empresa retirou a fotografia e os comentários do norte-irlandês, seus advogados insistiram que a rede social deve eliminar o perfil completo.
Um porta-voz da Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC) informou à Agência Efe que as autoridades da República da Irlanda acompanham o “caso de perto” e poderiam tomar alguma ação a respeito “se considerassem necessário”.
A DPC tem a responsabilidade de garantir que a rede social opere de acordo com a legislação irlandesa e europeia, dado que a “Facebook Ireland Ltd.” tem sua base de operações internacionais em Dublin, de onde atende a contas de milhões de usuários registrados fora dos Estados Unidos e do Canadá.