O primeiro computador digital do mundo, uma máquina de mais de duas toneladas batizada como “The Witch” (“A Bruxa”), voltou a ser ligado nesta terça-feira no Reino Unido, onde será exposto como peça de museu após um reparo de três anos.
Em cerimônia no Museu Nacional do Computador em Buckinghamshire (centro da Inglaterra), vários dos criadores da histórica peça, assim como estudantes que aprenderam a programar com ela, apertaram o botão “on”.
Nos anos 50, durante seus dias de glória, “The Witch”, cuja construção começou em 1949, foi a peça central do programa britânico de Pesquisa de Energia Atômica.
Sua missão era facilitar o trabalho dos cientistas realizando de forma eletrônica operações matemáticas que até então deviam ser feitas através de simples máquinas de calcular.
Apesar da lentidão de seus primeiros trabalhos – demorava dez segundos para multiplicar dois números – em breve se transformou em uma peça indispensável e chegou a ser utilizado 80 horas por semana, um recorde para a época.
Quando em 1957 foi superado por computadores mais rápidos e pequenos, foi transferido para a atual Universidade de Wolverhampton (leste da Inglaterra), onde serviu para ensinar os primeiros alunos de informática a programar.
De lá, passou para o Museu de Ciência e Indústria de Birmingham, mas no fechamento deste a máquina foi desmontada e levada para um armazém municipal em 1997.
Há três anos, Kevin Murrell, membro do conselho de administração do Museu Nacional do Computador, reconheceu o painel de controle de “The Witch” em uma fotografia tirada por um antiquário de computadores.
Após várias viagens ao armazém, a equipe de restauração colocou mãos na massa e em três anos de trabalho conseguiu salvar até 1.390 peças originais.