Amanda Ramalho

A integrante do Pânico Amanda Ramalho é “do under”, como ela mesma costuma usar a expressão para indicar algo alternativo. Mas, apesar da veia punk rock que corre em suas palavras, ela gosta mesmo é da cultura de massas, do trash.  Ela está adorando o boato que talvez Geisy Arruda esteja namorando Tiririca: “é bem engraçado”.

Por falar o que quer, às vezes recebe respostas não muito agradáveis como quando disse na cara da atriz Luiza Tomé que ela estava muito velha para posar nua. Muitos famosos ficam já armados com as provocações dessa paulistana que  completa 27 anos nesta sexta-feira (15). Um deles foi Marília Gabriela que nem deixou Amanda terminar uma pergunta e na defensiva disse que, tentando descredenciar a repórter, “imprensa é o que imprime”.  Ao tentar desprezar quem a estava entrevistando, Marília acabou sendo equivocada com todo o jornalismo feito na internet. Ponto para Amanda!

Mas esta fama que ronda a personagem Amanda, a própria – em entrevista exclusiva para o Virgula Famosos  – faz questão de questionar. “Eu não preciso ser a Amanda do Pânico o tempo todo. Eu sou fofinha, um doce, grande parte do tempo, (…) no programa sou uma caricatura de mim mesma”, resumiu. Leia, a seguir, o que mais Amanda tem a dizer.

Virgula Famosos – Como você começou no Pânico?

Amanda Ramalho – Eu era uma adolescente solitária, sem amigos, ouvia todas as rádios de São Paulo. Conversava com o rádio. Era uma nerd, mas o Pânico era meu programa favorito. o Emilio (Surita, apresentador) era meu maior ídolo da vida. Um dia, eu liguei no programa, não sei quem era o convidado e não sei o que falei (acho que xinguei ou disse alguma verdade), daí eles gostaram. Lembro que todos os outros ouvintes do dia só falavam em mim. Daí, liguei outra vez na mesma semana, acho que o Emilio me chamou pra ir na rádio na sexta-feira seguinte. Eu não fui.

Na segunda-feira, liguei outra vez, ele perguntou por que não tinha ido, eu disse que achei que não era um convite real. Daí, ele me chamou outra vez, e eu fui. A convidada era uma atriz da Malhação, Natalia não sei o quê (Rodrigues). Eu zoei ela porque na época ela namorava o Rogério Flausino  (vocalista do Jota Quest), e eles gostaram. Continuei ligando por meses. Eu estava no segundo colegial. depois de um tempo, o motorista da rádio me buscava semanalmente na escola pra eu ir ao programa. Fiquei indo durante o terceiro colegial meio que direto, até que, no ano seguinte, o dono da radio, o Tutinha, me chamou pra trabalhar lá e escrever no site dele. Ele tinha feito um site pra mim, basicamente foi isso.

O quanto te custa falar o que pensa na mídia?

Já tive um processo, mas não posso falar.  Não sei em que pé está. Já levei broncas dos meus chefes e emails de ameaça. Eu tinha um blog e falei mal do Chiclete com Banana. Os fãs comentavam que eu nunca mais poderia pisar na Bahia.  Eu lia aquilo e sentia medo. Chorava. Recebi emails de ameaça também falando que eu era uma ninguém para falar mal dos outros, etc. Hoje em dia, eu não leio nada (que escrevem para mim). Não sei se me faria mal porque há muito tempo não leio. Tem críticas que acho engraçadas.

A atriz Luiza Tomé ficou muito #chatiada por você ter dito que ela era muito velha pra posar nua. Você já soube de alguma celebridade que ficou raivosa com algo que você disse?

Algumas. Isso da Luiza Tomé repercutiu muito publicamente e na minha vida pessoal. Eu chorei após a entrevista. Ela soube e me mandou flores hahahaha. Lembro que a Márcia Imperator (atriz pornô) levantou pra me bater. Senti muito medo. Todo mundo fala dessa entrevista, mas eu não lembro com detalhes e não procuro ouvir os arquivos porque imagino que me fará mal. Com o Chorão (vocalista do Charles Brown Jr. que morreu recentemente) também já briguei muito, mas nos entendemos da última vez que ele foi na rádio. Ele era um cara legal e muito preocupado com minha opinião. Sempre achei isso estranho. Uma vez, eu falei mal da filha da (modelo) Luiza Brunet (Yasmin Brunet) pra ela. Ela não pegou exatamente mal, mas eu me senti a pior pessoa do mundo por ter feito aquilo. Eu me arrependo. Já vi pessoas com lágrimas nos olhos. Eu me sinto mal porque não quero fazer ninguém chorar. Depois que eu falo, me pesa muito, mas a “merda” já tá feita. Eu fico triste comigo mesma. Sou muito crítica. Sei que estou no Pânico por causa dessa minha característica. É o meu diferencial: uma menina pequena e aparentemente frágil que fala mal de todos, mas eu não sou má. Hoje me policio mais, acredite. Tem gente que fala que mudei. Acho que mudei mesmo, eu envelheci, não sou mais uma adolescente revoltada, ainda bem, né?

Você leva a briga pra casa, fica #chatiada?

Acho que essas discussões acabam no programa. Os entrevistados não fazem parte da minha vida e normalmente as discussões não são relevantes. Não muda nada pra mim nem pra eles. Espero.

Para te irritar, que assunto você não engole?

Ah… Depende do meu estado de espírito. Eu posso pegar mal com coisas idiotas um dia e não me importar com coisas realmente relevantes. Na minha vida pessoal, eu evito discussão porque me conheço e sei que odeio perder. Eu apelo muito. Sou muito instável. Hoje não tô facilmente irritável, mas pode ser que eu mude do nada, hehehehe.

Você é muito franca e muitas vezes confundem isso com agressividade. Mas quando você resolve ser mais amena nas observações, o pessoal te cobra muito pra ser mais agressiva. Como você reage a essas cobranças?

Me irrito profundamente. Eu não preciso ser a Amanda do Pânico o tempo todo. Eu sou fofinha, um doce, grande parte do tempo ahhahahaha. Quem me vê no programa, acha que eu sou aquilo o tempo todo. Digo que sou aquilo muitas vezes, mas no programa sou uma caricatura de mim mesma. Eu não tenho que ter opinião sobre tudo. Acho um porre!

Quais são os assuntos que você está achando mais absurdos ou engraçados hoje? Qual a celebridade ou subcelebridade que está mais te chamando a atenção ultimamente?

Amo Geisy (Arruda). Sempre amarei. Amo Inês Brasil. Xuxa também é dez! (Estou) pirando no namoro dela. Geisy com Tiririca é engraçado. Eu adoro consumir isso. Sou da várzea, sempre serei. Bruno de Lucca está namorando a ex-BBB Maria. Isso não é demais? ahhahaha

Qual a diferença pra você entre fazer rádio e fazer TV? Em qual se sente mais confortável? O que gosta em cada um dos veículos e o que detesta?

Rádio é mais fácil. TV tem preocupações como a roupa, maquiagem, seguir a pauta, estar magra. É bem mais profissional. Rádio basicamente você não pode falar muita asneira, não pode gritar ao microfone e tem que esperar o outro falar.  Na rádio, eu vou de pijama e sem pentear o cabelo.

Rádio sempre foi meu sonho. Me sinto feliz fazendo. TV gosto também, gosto de comunicação. Às vezes não tô a fim de fazer o programa da rádio porque o entrevistado é ruim, e eu tô com sono, sei lá, estado de espírito. TV me deixa tensa em dar resultado. Conseguir cumprir a pauta, trazer um bom material é difícil.

O que você acha desses comediantes de stand up tipo Rafinha Bastos, Danilo Gentilli?

Odeio stand up. Não acho a menor graça. Eu sou muito chata com humor, não rio de nada. Eu dou risada de coisa que não é pra rir. Humor não é piada, humor é incômodo. Talvez eu seja humorista por isso. Eu incomodo. Não, eu não sou!!!

Num programa de humor, tem sempre o personagem que é o contraponto, o mal-humorado.  Este é um papel que você curte fazer ou você faz porque é mais forte do que você?

Gosto de fazer porque tem bastante a ver comigo. Eu não sou atriz, não sou capaz de fazer algo muito diferente de mim.

Quando você se vê na TV chochando as subcelebridades e celebridades como você se sente?

Ah, normal. Às vezes rio, às vezes me sinto mal. Penso que aquilo não é completamente eu. Tento não encanar porque se encano não consigo dormir.

Já teve pena de chochar alguma celebridade ou subcelebridade?

Já, mas é o meu papel. Às vezes, eu zoava para meus colegas rirem de mim.  Existem maneiras de zoar sem humilhar e ser agressiva. Aprendi isso. Estou aprendendo. Minha faculdade, eu faço diariamente exercitando o meu trampo. errando e acertando.

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Alma punk do programa Pânico, Amanda Ramalho chora depois das entrevistas: 'Não sou má'