Treinadores questionados nos gigantes europeus
Havia um tempo em que era possível citar um grande clube europeu e logo já se lembrava de seu técnico, um homem intocável e decisivo. Hoje em dia, porém, apesar de este exercício ainda ser possível, em alguns já não os olhamos com aquela confiança de que continuarão por um bom tempo em seus cargos.
Com a cultura europeia sendo diferente da que estamos acostumada no Brasil, dificilmente vemos um clube europeu trocar seu comandante duas vezes na mesma temporada, e o expoente maior desta forma de pensamento é o Manchester United, que vê no Sir Alex Ferguson a confiança para conseguir cada vez mais títulos.
Só que nem os red devils estão mais assim tão inflexíveis quando o assunto é quem arma o time. Já foi ventilado na imprensa inglesa que Fergie “já deu o que tinha que dar” e é preciso procurar um substituto. Bem, apesar da eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões para o Real Madrid, o United deve levar mais um campeonato inglês nesta temporada, ou o 13º título de 26 disputados, isso só falando do maior torneio nacional, mas seria possível citar também as dois europeus e algumas copas da Inglaterra e da liga inglesa.
Falando em Real Madrid, seu comandante, o valorizado português José Mourinho, vive certa novela na capital espanhola. Não é certo que ele fique para uma terceira temporada no cargo, e seu nome acaba sendo ventilado em outros gigantes do Velho Mundo, como Paris Saint-Germain e Chelsea.
Estes dois últimos times, inclusive, também vivem na indefinição de quem vai sentar no banco de reservas na temporada 2013/2014. Os franceses, com os cofres cheios, não estão muito satisfeitos com o trabalho do italiano Carlo Ancelotti, que levou o PSG às quartas de final da Liga dos Campeões e à liderança isolada da Ligue 1, com boas chances de ser campeão nacional após quase 20 anos, desde aquele time que tinha o meia Raí no auge da forma.
Já o Chelsea vive um período ruim com a sua torcida desde a conquista inédita da Liga dos Campeões 2011/2012, por incrível que pareça. Por questões não muito claras, demitiu o comandante do maior título da história do clube, o italiano Roberto Di Matteo, e contratou Rafa Benítez, que foi campeão europeu com o Liverpool em 2004/2005, mas não vive de bem com a opinião pública e os fãs do time de Londres também não gostam do que estão vendo até aqui.
Benítez saiu da Internazionale após conquistar o Mundial de Clubes 2010 também em baixa com os tifosi interistas e não conseguiu dar um bom padrão ao Chelsea, que foi eliminado na primeira fase da última Liga dos Campeões e luta para se manter na terceira posição da Premier League – ruim para quem tem o milionário russo Roman Abramovich pressionando.
Outro inglês, Arsenal, que passará mais uma temporada na fila, vê o seu homem forte do futebol questionado e com uma moral baixa, seja com a imprensa ou com a torcida. Desde 1996 no comando dos Gunners, o francês Arsène Wenger, de 63 anos, não conquista um título de expressão desde 2005, quando faturou a Copa da Inglaterra, e luta para manter o Arsenal entre os maiores da Inglaterra. Porém, com a boa fase que Tottenham e Manchester City têm apresentado em âmbito nacional, o Arsenal viu o seu protagonismo despencar e hoje pode ser considerado a quinta força do futebol inglês, atrás de United, Chelsea e dos outros já citados, os spurs e os citizens.
A Itália, que não vive tão boa fase com seus clubes – com exceção da Juventus – também se vê com questionamentos quando o assunto é treinador. A gigante Internazionale, desde a tríplice coroa de 2009/2010, quando ganhou Copa da Itália, campeonato italiano e Liga dos Campeões, não retornou às cabeças desde então e o jovem técnico Andrea Stramaccioni, que estreia na função, pode se considerar com o cargo a perigo, pois o time está penando para conseguir vaga na Liga dos Campeões da próxima temporada e recentemente foi eliminado da Europa League.